Órgão público da China exclui postagens com ironia sobre crematórios na Índia

Postagem que comparava um projeto bem sucedido chinês com crematórios lotados na Índia foi removido após críticas

O principal órgão jurídico da China excluiu postagens em que comparava o bem-sucedido módulo de queima de combustível Tianhe com uma imagem de crematórios lotados na Índia, neste domingo (2). “China acendendo fogo versus Índia acendendo fogo”, dizia a imagem, em tom irônico.

Segundo informações da Bloomberg, a Comissão Central de Assuntos Políticos e Jurídicos do Partido Comunista removeu a postagem na rede social Sina Weibo após diversas críticas online. Junto da imagem, um texto afirmava que a Índia registrava 400 mil novos casos de Covid-19 por dia. O país já registrou 19,9 milhões de infecções pelo vírus.

Órgão público da China exclui postagens irônicas sobre crematórios da Índia
Agente de saúde vai à periferia de Mumbai, na Índia, para alertar sobre a necessidade de isolamento social e uso de máscara para o evitar o contágio de Covid-19 em meio a aumento de casos, em abril de 2021 (Foto: Unicef/Dhiraj Singh)

Outra postagem excluída já comparou a “montanha do deus do fogo” – nome dado ao hospital de campanha construído em Wuhan – com uma foto de crematórios em massa na Índia na conta oficial do Ministério da Segurança Pública da China. A imagem também recebeu críticas e foi excluída em seguida.

Em comunicado, o ministério das Relações Exteriores chinês rejeitou as postagens e afirmou que Beijing apoia a luta do governo indiano contra a pandemia. A nota afirmou que Beijing continuará enviando suprimentos ao país vizinho nos próximos dias.

Relação conturbada e crise sanitária

Os laços diplomáticos e econômicos entre China e Índia vivem um ponto baixo desde o reinício da disputa por porções de terra na fronteira do Himalaia, em maio de 2020. A tensão permanece apesar das tentativas de acordo.

O conflito, porém, foi escanteado enquanto Nova Délhi tenta administrar a crise sanitária que elevou a Índia ao país com recorde de mortes diárias desde o final de março. Já são 219 mil mortes confirmadas apesar dos fortes indícios de subnotificação no país de 1,3 bilhão de habitantes.

Na sexta (30), o presidente chinês, Xi Jinping, enviou condolências e ofereceu ajuda ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que a Cruz Vermelha, as organizações não-governamentais e as empresas da China j correm para coletar os suprimentos médicos para enviá-los ao país vizinho o mais breve possível.

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