O fechamento de fronteiras após a pandemia do novo coronavírus pode resultar em um aumento do tráfico de pessoas no mundo, de acordo com um relatório do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) divulgado no último dia 14.
As restrições aumentam a procura de migrantes por serviços de contrabandistas, os chamados “coiotes”, para atravessar fronteiras sem documentação. O fechamento das fronteiras também implica no uso de rotas e condições mais arriscadas de travessia.
O preço do serviço também se torna mais alto, o que expõe os migrantes a condições de abusos, exploração e tráfico de pessoas. Traficantes costumam induzir as vítimas a contraírem a dívida da viagem, com promessa de uma vida melhor, para depois explorá-las no destino final.
Com os impactos econômicos causados pela pandemia, como o aumento na taxa de desemprego e a queda na renda, muitos buscam condições de vida melhores em países onde a recuperação econômica é mais rápida.
A mesma tendência foi observada durante a crise financeira de 2008, quando houve aumento no número de vítimas de tráfico de pessoas de países mais afetados por altas taxas de desemprego.
Imigrantes ilegais
De acordo com o relatório do UNODC, nos primeiros quatro meses deste ano, a Grécia foi o país que mais recebeu imigrantes ilegais. Em seguida, estão Espanha e Itália. Até 26 de abril, 19,8 mil pessoas foram flagradas entrando em países europeus ilegalmente.
Outras 256 pessoas morreram ou desapareceram durante o trajeto entre o país de origem e o destino final. A maior parte dos imigrantes ilegais que entraram na União Europeia por rotas do Mediterrâneo desde janeiro são do Afeganistão, seguido pelos sírios.
Sobre os EUA, o documento da ONU traz números coletados ao longo do ano passado. Os mexicanos estão entre os cidadãos que estiveram mais sujeitos a serem deportados pelos Estados Unidos, com 48% do total. Em seguida, estão migrantes da Guatemala (20%) e de Honduras (16%).