Banco Mundial prevê maior queda de remessas de imigrantes da história

Dinheiro enviado ao país de origem por imigrantes deve cair em 20%, passando de US$ 554 bi para US$ 445 bi

As remessas, valores em dinheiro enviados pelos imigrantes aos seus países de origem, devem ter a queda mais acentuada da história recente, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Mundial no último dia 22.

Por causa dos impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus, a queda pode chegar a 20% em 2020 — passando do recorde de US$ 554 bilhões para US$ 445 bilhões. Por outro lado, o custo médio global para o envio das remessas a outros países continua alto: US$ 200.

Com o Covid-19, a tendência em relação as remessas é contrária ao que aconteceu em outras crises, quando houve aumento no envio de dinheiro ao exterior pelos imigrantes. Dessa vez, o impacto econômico atingiu todos os países, trazendo resultados diferentes.

Cambista com notas de xelim somali em Mogadíscio, capital da Somália (Foto: Stuart Price/UN Photo)

Por região

De acordo com as previsões do Banco Mundial, as regiões mais afetadas são a da Europa e Ásia Central, que devem receber 27,5% menos remessas. Já na África Subsaariana, o índice deve encolher 23,1%.

Em seguida aparece o Sul da Ásia, com 22,1%, seguido por Oriente Médio e o Norte da África (19,6%) e América Latina e Caribe (19,3%). Ásia Oriental e Pacífico (13%) estão em último lugar no ranking projetado pela instituição.

Estudos apontam que as remessas aliviam a pobreza em países de média e baixa renda e estão associadas a maiores gastos com educação, além de reduzir o trabalho infantil. Com a queda nesses envios, o dinheiro dessas famílias passam a ser direcionados apenas para necessidades imediatas de subsistência.

Para o presidente do Banco Mundial, David Malpass, a situação pede que a recuperação econômica seja ainda mais rápida. “As remessas ajudam a comprar comida, ter cuidados de saúde e necessidades básicas.”

Com a crise econômica global, é esperado que as remessas se tornem ainda mais importantes, já que o investimento estrangeiro direto deve cair mais de 35%.

Recuperação

Para 2021, o Banco Mundial estima que as remessas de imigrantes irão se recuperar em 5,6%, passando para US$ 470 bilhões. Por região, é previsto que a Ásia Oriental e Pacífico se recuperem em 7,5% — a maior previsão da instituição até agora.

As remessas enviadas à África Subsaariana devem apresentar recuperação de 4% no próximo ano. Em um ritmo mais lento, aparece o Oriente Médio e o Norte da África, com uma recuperação de 1,6%.

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