O governo da Turquia tem enviado suprimentos médicos a países atingidos pelo novo coronavírus como uma tentativa de melhorar relações diplomáticas desgastadas. As informações são da agência de notícias Reuters.
O país tenta recuperar as relações com os aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Europa e nos Estados Unidos. O contato bilateral foi estremecido por divergências em questões de direitos humanos, críticas às sanções ocidentais ao Irã e aquisição de mísseis russos.
Apesar da dura batalha contra o Covid-19 em seu próprio território — o país tem 138 mil casos confirmados e 3,7 mil mortes em decorrência do vírus —, a Turquia já enviou ajuda médica aos Estados Unidos, Espanha, Itália, França e Grã-Bretanha.
De acordo com as autoridades turcas, o país é o terceiro maior distribuidor mundial de ajuda durante a pandemia. As remessas contém máscaras faciais, roupas protetoras, kits de teste, desinfetante e respiradores.
Conflitos
Em uma carta enviada ao presidente Donald Trump, o presidente turco, Tayyip Erdogan, disse esperar que o “espírito de solidariedade” que a Turquia demonstrou ajudasse os norte-americanos a “entender melhor a importância da relação” entre os dois países.
O país enfrenta potenciais sanções dos EUA após a compra de mísseis russos de defesa antiaérea S-400, no ano passado. À época, os EUA afirmaram que o equipamento militar não é compatível com os sistemas da Otan, da qual a Turquia é membro.
À União Europeia, o governo turco pediu que aumente a cooperação com a Turquia diante do apoio fornecido por Ancara aos estados-membros durante a pandemia. “Espero que a União Europeia entenda agora que estamos no mesmo barco”, afirmou Erdogan no último sábado (9).
A Turquia é há anos candidata a se tornar membro da União Europeia, mas o processo de adesão está parado. Os problemas vão de questões sobre o histórico dos direitos humanos no país ao tratamento de refugiados sírios e a exploração de gás na ilha de Chipre e no leste do Mediterrâneo.