Israel deve abandonar ameaças de anexação, pede enviado da ONU

Presidente palestino Mahmoud Abbas declarou o fim dos acordos com Israel e EUA após ameaças de Tel-Aviv

O enviado especial da ONU ao Oriente Médio, Nickolay Mladenov, pediu para que Israel abandone os planos de anexar partes da Cisjordânia. O apelo ocorreu durante reunião do Conselho de Segurança nesta quarta (20). As informações são da Al Jazeera.

As ameaças israelenses vem gerando críticas de outros países, como a França. Mladenov pediu ainda que os palestinos retomem o diálogo com o chamado Quarteto, formado pelos Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas.

A declaração acontece após o presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciar na terça (19) o fim dos acordos de segurança com os EUA e Israel. A saída acontece na esteira de declarações israelenses sobre a anexação de áreas ocupadas da Cisjordânia.

Os palestinos também rejeitaram o plano do presidente Donald Trump para o Oriente Médio, proposto em janeiro deste ano. Entre outras propostas, previa a anexação da áreas ocupadas da Cisjordânia e do Vale do Jordão.

O enviado da ONU alerta que a concretização das ameaças de Israel fecharia as portas para uma nova negociação. Além disso, prejudicaria esforços de paz e segurança na região.

Israel deve abandonar ameaças de anexação, diz enviado da ONU
Campo de Aida para refugiados, na Cisjordânia (Foto: Stephenie Hollyman/UN Photo)

EUA pedem negociação

A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Kelly Craft, afirma que uma solução só será alcançada se as duas partes negociarem.

Para Craft, não cabe ao Conselho de Segurança da ONU ditar o fim do conflito na região. Sua função seria a de apenas encorajar um acordo. A embaixadora pediu ainda que os palestinos considerem a oportunidade oferecida pelo plano norte-americano para o Oriente Médio.

Alerta da União Europeia

A França trabalha com outros países europeus na elaboração de duras respostas contra Israel caso os planos de anexação sejam colocados em prática de maneira unilateral.

Em uma declaração conjunta, França, Alemanha, Bélgica e Estônia reafirmaram que não irão reconhecer mudanças nas fronteiras estabelecidas em 1967. O reconhecimento só viria após acordo entre israelenses e palestinos.

O Vaticano também se manifestou contra as ameaças, alegando que a medida poderia comprometer o diálogo de paz para a região. O respeito ao direito internacional e às resoluções da ONU foram consideradas como indispensáveis pelo Vaticano.

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