Merkel afirma que ataque cibernético russo é ‘ultrajante’

Ataque ao Bundestag, parlamento alemão, ocorreu em 2015; autoridades levaram cinco anos para ligar o caso à Rússia

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta quarta (13) que o ataque cibernético feito pelo serviço de inteligência estrangeira russo contra o parlamento da Alemanha é “ultrajante”.

O ataque ao parlamento ocorreu em maio de 2015, extraindo cerca de 16 gigabytes de dados e paralisando todas as redes por vários dias. As informações são do jornal norte-americano “The New York Times“.

A invasão incluiu também o e-mail de Merkel. Apesar da desconfiança de que a invasão seria russa, foram necessários cinco anos para colher as evidências.

As autoridades alemãs afirmaram que o ataque partiu do mesmo grupo de hackers russos que miraram o partido Democrata dos Estados Unidos durante a campanha eleitoral para a presidência, em 2016.

Na última semana, a Alemanha emitiu um mandado de prisão para Dmitriy Sergeyevich Badin, 29, que as autoridades alemãs acreditam trabalhar no serviço de inteligência estrangeira russo.

Há dois anos, Badin foi alvo das autoridades norte-americanas, que também emitiram um mandado de prisão contra ele.

De acordo com a chanceler, a Rússia está buscando estratégias de guerra híbrida. Merkel disse ainda que a Alemanha tem o direito de tomar medidas contra o ataque russo, mas que continuará buscando uma boa relação com o país.

Merkel afirma que ataque cibernético russo é 'ultrajante'
Angela Merkel e Vladimir Putin durante encontro em Sochi, na Rússia, em 2017 (Foto: Governo da Rússia/Reprodução)

Relação complicada

As recentes atitudes dos espiões da Rússia em território alemão têm incomodado as autoridades locais. As táticas vão de campanhas de desinformação e ciberataque até o assassinato de um comandante checheno em um parque de Berlim. No entanto, o governo alemão tem dificuldades para decidir como responder à Rússia.

A relação entre Merkel e o país liderado por Vladimir Putin é controversa. A chanceler alemã foi uma das líderes europeias que adotou sanções contra a Rússia após a invasão da Ucrânia em 2014. Mesmo assim, a Alemanha tenta manter as linhas com Moscou abertas.

Merkel também precisa da ajuda russa em diversas questões geopolíticas, como as ligadas à Síria, Líbia e Ucrânia. No mesmo dia que condenou os ataques russos, a Alemanha permitiu que Dmitry Kozak, homem de confiança de Putin na Ucrânia, entrasse no país. A entrada acontece em meio a restrições impostas na circulação de pessoas.

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