Oficiais de Taiwan deixam Hong Kong após exigência sobre compromisso de ‘uma só China’

Escritório de Taiwan em Hong Kong continuará com apenas um funcionário até segunda ordem, anunciou Taipé

Taiwan determinou a retirada de todos os funcionários de seu escritório comercial em Hong Kong, no domingo (20). A decisão foi tomada porque o governo local exigiu que todos assinassem um termo de compromisso com o princípio “uma só China” para a renovação dos vistos. Eles recusaram.

Apenas um oficial permaneceu no escritório, e agora ele é a única presença diplomática de Taiwan em Hong Kong, conforme apurou o “The Guardian”. Divergentes em termos políticos, a ilha rejeita o princípio “uma só China” e reivindica sua independência de Beijing.

Em comunicado, Taiwan classificou as imposições do governo honconguês para o pedido de visto como “irracionais”. “Como resultado, nossa equipe não pode continuar em seus cargos”, disse o documento.

Oficiais de Taiwan deixam Hong Kong após exigência sobre compromisso de 'uma só China'
Da esquerda para direita, bandeiras da China, Taiwan e Hong Kong (Foto: Divulgação/Freepik/Patara)

Taiwan acusa os governos de Hong Kong e da China de “criar obstáculos” a partir do princípio de unificação chinesa e afetar a operação de seus cidadãos no escritório do território autônomo. “Nos recusamos a forçar nossa equipe a assinar o compromisso de ‘uma só China’ sob pressão política injustificável”, diz o comunicado.

A saída aprofunda o desgaste nas relações entre o governo chinês e Taiwan. O Partido Comunista Chinês tem a ilha como uma “província rebelde”, enquanto os taiwaneses defendem sua independência e dizem que nunca foram governados pela sigla única.

Saída anunciada

Em maio, Hong Kong fechou seu escritório em Taiwan, acusada de apoiar os ativistas pró-democracia. A medida ocorreu após o ministro das Relações Exteriores Joseph Wu classificar o movimento contrário ao domínio de Beijing no território como “lutadores pela liberdade”. “Danos irrecuperáveis”, disse o governo honconguês.

Em entrevista à plataforma de mídia suíça SwissInfo, o chefe do Conselho de Assuntos do Interior de Taiwan, Chiu Tai-san, afirmou que o escritório no território manterá as operações, mas que a ilha tomará as “medidas necessárias” caso a presença seja “ainda mais comprometida”. O governo honconguês não se pronunciou sobre o assunto.

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