Acusado de terrorismo, ativista islâmico é condenado à prisão perpétua no Reino Unido

O pregador radical britânico Anjem Choudary, de 57 anos, foi julgado e condenado por liderar um grupo extremista proibido

O pregador extremista Anjem Choudary foi condenado à prisão perpétua pela justiça britânica na terça-feira (30), acusado de liderar o grupo radical muçulmano proibido al-Muhajiroun (ALM) e de angariar apoio para ele. A decisão foi tomada dias após sua condenação no Tribunal da Coroa de Woolwich. As informações são da rede BBC.

Descrito como “o rosto do islamismo militante” no Reino Unido, o extremista de 57 anos não poderá solicitar liberdade condicional até completar 85 anos. Sua prisão mais recente ocorreu em 2021, devido a tentativas de reativar a rede do al-Muhajiroun após ter cumprido uma sentença de cinco anos e meio por apoiar combatentes do Estado Islâmico (EI) na Síria. Após sua libertação, Choudary começou a dar palestras online para seguidores na América do Norte.

O juiz Mark Wall declarou que o grupo de Choudary tinha o objetivo de espalhar globalmente a interpretação rigorosa da lei Sharia, que prevê punições físicas bárbaras, como açoitamento, amputações, apedrejamento até a morte e outras formas de execução pública. O extremista foi descoberto após uma investigação mostrar que o al-Muhajiroun, sob seu comando, estava tentando recrutar novos membros na América do Norte com um nome falso.

Anjem Choudary durante protesto em frente à Embaixada dos EUA em Londres (Foto: Dan H/Flickr)

O al-Muhajiroun é uma rede terrorista proibida, originalmente baseada na Arábia Saudita, com atividades de longa data no Reino Unido. Fundado por Omar Bakri Muhammad, um sírio ex-membro do Hizb ut-Tahrir, o grupo está associado ao terrorismo internacional, homofobia e antissemitismo.

A organização ganhou notoriedade com a conferência “Os Magníficos 19” em setembro de 2002, que elogiava os ataques de 11 de setembro de 2001. Para evitar a lei, o grupo opera sob várias identidades e foi banido em 2005. Choudary, envolvido com a organização desde o início, tornou-se líder em 2014, após a prisão do fundador.

Conversas online promovendo o jihadismo foram monitoradas por agentes disfarçados dos serviços de segurança do Canadá e dos EUA. O juiz revelou que em cerca de 30 palestras Choudary incitou membros da “Sociedade dos Pensadores Islâmicos”, um nome secreto do al-Muhajiroun, a fazer pregações de rua e cometer atos violentos.

Wall afirmou que o réu disfarçou essas incitações como “ensinamentos islâmicos” e sabia que “a violência aconteceria, mesmo que ele não participasse diretamente”. “Organizações como a sua normalizam a violência em busca de uma causa ideológica”, disse o juiz.

Choudary alegou durante o julgamento que não promovia o ALM e que a organização não existia mais, mas as provas mostraram o contrário, resultando em sua condenação.

O co-réu Khaled Hussein, de 29 anos, também foi condenado por ser membro do grupo. Natural de Edmonton, Canadá, ele foi preso com Choudary no Aeroporto de Heathrow há um ano.

Tags: