O presidente russo, Vladimir Putin, deixou claro seu aviso sobre as consequências de potenciais ataques dentro da Rússia, e seus “destinatários pretendidos” entenderam a mensagem, afirmou nesta sexta-feira (13) o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em uma referência evidente à Ucrânia e seus aliados ocidentais. As informações são do jornal turco Yeni Safak.
Peskov enfatizou em uma coletiva de imprensa em Moscou que não há margem para dúvidas, pois a mensagem de Putin foi clara e direta. “A declaração de Putin ontem é fundamental. Ela é cristalina, sem ambiguidades e não permite interpretações alternativas”, afirmou.
Putin advertiu que, se a Ucrânia utilizasse armas fornecidas pelo Ocidente para realizar ataques profundos no território russo, isso representaria a participação direta da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), dos EUA e dos países europeus no conflito, mudando radicalmente sua natureza.
Ele acrescentou que, nesse caso, esses países estariam em guerra com a Rússia. Diante de tal cenário, Putin afirmou que a Rússia tomaria medidas adequadas para enfrentar as novas ameaças.
Os comentários do presidente surgiram após o Reino Unido aparentemente concordar em permitir que a Ucrânia utilize mísseis Storm Shadow fornecidos pelos britânicos para realizar ataques de longo alcance em território russo.
De acordo com o jornal The Guardian, autoridades britânicas não identificadas revelaram na quinta-feira que essa mudança significativa de política ocorreu de forma discreta, sem expectativa de um anúncio público oficial.
Quando questionado sobre a sugestão de Putin de restringir as exportações de titânio e níquel, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esclareceu que isso não está relacionado ao fornecimento de armas ocidentais para a Ucrânia.
“Essas questões são independentes. A proposta está mais ligada ao problema das restrições comerciais ilegais e às tentativas contínuas de impor novas sanções ao nosso país”, explicou Peskov.
No dia 11 de setembro, Putin ordenou ao governo que considerasse limitar o fornecimento de algumas matérias-primas estratégicas, como urânio, titânio e níquel, para mercados estrangeiros.