A polícia finlandesa anunciou na terça-feira (24) que tem evidências que indicam que a âncora de um navio porta-contêineres chinês foi a causa da avaria de um gasoduto no Mar Báltico no dia 8 de outubro. O objeto foi encontrado no fundo do mar nesta semana e passou por análises. As informações da Al Jazeera.
Anteriormente, os agentes sustentavam que a ruptura no gasoduto submarino Balticconnector, bem como a de dois cabos de telecomunicações, resultou de uma “força mecânica externa”. Agora, a investigação avalia se o dano foi fruto de sabotagem ou de um acidente.
Na terça, o Departamento Nacional de Investigação (KRP, na sigla em finlandês) anunciou a recuperação da âncora, que pertencia a um navio de carga de propriedade chinesa com bandeira de Hong Kong, chamado NewNew Polar Bear. Durante coletiva de imprensa em Helsinque, o órgão disse que a âncora dianteira da embarcação, que esteve em contato com o gasoduto, estava desaparecida.
Os investigadores informaram que a âncora, que pesa seis toneladas, estava incompleta em uma de suas pontas e foi retirada das profundezas com o auxílio de um guindaste da Marinha. Além disso, o objeto deixou marcas profundas de arrasto em ambos os lados do gasoduto.
Robin Lardot, diretor do KRP, destacou que existem questões em aberto que dizem respeito à possibilidade de ação deliberada, negligência ou erro de navegação. Ele enfatizou que, neste momento, é “prematuro” tirar conclusões sobre as razões por trás do incidente.
O Ministério das Relações Exteriores chinês anunciou na quarta-feira que a China está pronta para disponibilizar todas as informações necessárias sobre o caso, em conformidade com o direito internacional. Beijing negou qualquer envolvimento no incidente e solicitou a realização de uma investigação imparcial, conduzida por profissionais.
O incidente resultou no deslocamento do gasoduto Balticconnector, que se estende por 77 quilômetros e conecta a cidade costeira finlandesa de Inkoo ao porto estoniano de Paldiski. O gasoduto saiu de sua posição original, enterrada no leito marinho, e sofreu danos estimados em 300 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão), conforme avaliações recentes.
A Finlândia obtém 5% de seu suprimento de energia a partir do gás. Os responsáveis pelo gasoduto afirmam que os reparos devem levar no mínimo cinco meses, e a instalação deverá voltar a operar não antes de abril de 2024.