Ataque com míssil balístico expõe estratégia da Rússia de intimidação ao Ocidente

Ataque em Dnipro é considerado uma escalada perigosa no conflito na Ucrânia e representa um desafio à segurança global

O uso de um míssil balístico avançado pela Rússia no ataque à cidade de Dnipro, na Ucrânia, tem sido visto por especialistas como uma mensagem clara ao Ocidente sobre as capacidades estratégicas de Moscou. A confirmação do uso do míssil Oreshnik pelo presidente Vladimir Putin gerou debates sobre o significado e as possíveis consequências desse movimento. As informações são da rede Voice of America (VOA).

Valeriy Chaly, ex-embaixador da Ucrânia nos Estados Unidos, descreveu o episódio como “uma nova fase” na agressão russa. “Isso não é apenas sobre a Ucrânia. É um desafio ao sistema de segurança europeu e dos Estados Unidos. Moscou sinaliza sua disposição de escalar dramaticamente para influenciar o Ocidente”, afirmou.

Míssil russo com capacidade nuclear (Foto: facebook.com/mod.mil.rus)

Segundo George Barros, especialista do Instituto para o Estudo da Guerra, o ataque é mais um exemplo de como Moscou utiliza armamentos com capacidade nuclear como ferramenta de dissuasão estratégica.

“Este não é o primeiro uso de armas com capacidade nuclear contra a Ucrânia. A Rússia regularmente utiliza mísseis Iskander para sinalizar ao Ocidente, e este parece ser um esforço semelhante”, disse

Barros, entretanto, minimizou a ação russa. “O principal é não entrar em pânico. Não há razão para pensar que a probabilidade de Putin usar uma arma nuclear ou uma arma de destruição em massa seja maior do que em outros pontos da guerra”, declarou.

Para os analistas, o objetivo do Kremlin parece ser o de reforçar sua posição em um cenário global onde a Rússia busca restabelecer sua influência. “A retórica e as ações de Moscou estão cuidadosamente calculadas para manter o Ocidente em estado de alerta”, destacou Barros.

Enquanto isso, autoridades ucranianas e ocidentais destacaram o impacto psicológico e político do ataque. Oleksiy Poltorazky, morador de Dnipro, destacou que o ataque parecia diferente dos anteriores. “Foi rápido, quase imediato após o alarme. Muitos aqui acreditam que foi um míssil balístico”, relatou, reforçando a sensação de que o ataque foi uma demonstração deliberada de poder.

Nos Estados Unidos, o Pentágono confirmou que o lançamento foi notificado previamente por canais de redução de risco nuclear. “A intenção russa é clara: mostrar força e testar os limites da resposta ocidental”, afirmou Sabrina Singh, porta-voz adjunta do órgão.

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