Nos últimos dias, dois cabos submarinos de comunicação no Mar Báltico foram danificados, interrompendo as conexões entre Alemanha e Finlândia e entre Suécia e Lituânia. As autoridades alemãs sugerem que os cortes foram atos deliberados, possivelmente relacionados a táticas de guerra híbrida. As informações são da rede CNN.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou que “ninguém acredita que esses cabos foram cortados acidentalmente”, indicando a possibilidade de sabotagem. Os incidentes ocorreram em um intervalo de 24 horas, afetando cabos cruciais para as comunicações na região.
“Eu também não quero acreditar em versões de que foram âncoras que acidentalmente causaram danos nesses cabos”, disse Pistorius. “Portanto, temos que declarar, sem saber especificamente de quem veio, que é uma ação ‘híbrida’. E também temos que assumir, sem saber ainda, que é sabotagem.”
Esses eventos seguem um padrão de atividades suspeitas na área, incluindo a destruição dos gasodutos Nord Stream em 2022. Embora as investigações ainda estejam em andamento, a possibilidade de envolvimento russo tem sido considerada, especialmente após relatos de tentativas de sabotagem contra membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Em resposta, países da Otan intensificaram a vigilância sobre suas infraestruturas críticas. A Alemanha e a Finlândia expressaram profunda preocupação com os danos recentes, destacando a necessidade de proteger as comunicações e a segurança energética na região.
As investigações continuam, com autoridades suecas e finlandesas analisando as causas dos danos. Enquanto isso, a Otan e seus aliados permanecem atentos a possíveis ameaças à infraestrutura crítica no Mar Báltico, reforçando medidas de segurança para prevenir futuros incidentes.
Rússia sob suspeita
No início do mês, Mark Rutte, novo chefe da aliança militar transatlântica, reforçou as alegações de seu antecessor, Jens Stoltenberg, ao afirmar que operações híbridas por parte de Moscou estão se intensificando.
“A Rússia está conduzindo uma campanha cada vez mais intensa de ataques híbridos em nossos territórios aliados, interferindo diretamente em nossas democracias, sabotando a indústria e cometendo violência”, disse Rutte durante visita à Alemanha.
Segundo o ex-primeiro-ministro da Holanda, que assumiu o comando da aliança no dia 1º de outubro, ataques do gênero permitem a Moscou agredir os países da Otan sem necessariamente desencadear um confronto militar.
A Alemanha tem sido o alvo preferencial de Moscou, registrando inúmeros episódios de espionagem, ataques cibernéticos e sabotagem atribuídos a agentes russos. O país tem as maiores população e economia dentro da União Europeia (UE), o que o torna forte influenciador no bloco, inclusive em questões referentes a Moscou.