Chefe da Otan sugere que a Europa pague a conta pelo apoio militar dos EUA à Ucrânia

Mark Rutte pede que Trump continue a fornecer armas a Kiev, dizendo que as nações europeias aceitariam entrar com o dinheiro

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, pediu aos Estados Unidos que continuem a fornecer armas à Ucrânia, mesmo que para isso a Europa tenha que assumir a maior parte dos custos. As declarações foram dada na quinta-feira (23), no Fórum Econômico Mundial em Davos, conforme relato da agência Reuters.

“Se essa nova administração de Trump estiver disposta a continuar fornecendo à Ucrânia a partir de sua base industrial de defesa, a conta será paga pelos europeus, estou absolutamente convencido disso”, afirmou Rutte, que já foi primeiro-ministro da Holanda.

Mark Rutte, então primeiro-ministro da Holanda, em evento da Otan, que hoje ele lidera, em imagem de dezembro de 2012 (Foto: Otan/Flickr)

Rutte endossou a crítica recente do presidente americano Donald Trump, que afirmou que a Europa deveria assumir mais responsabilidades financeiras no apoio à Ucrânia. “É um conflito global, sim, mas a Ucrânia está mais próxima da Europa que dos EUA”, justificou.

O secretário-geral destacou ainda a necessidade de os países europeus aumentarem seus investimentos em defesa e acelerarem a produção de armamentos. Para ele, é vital que a Europa não apenas assuma a responsabilidade financeira, mas também um papel mais ativo na logística e no suporte ao esforço de guerra ucraniano.

Richard Grenell, enviado especial de Trump, participou remotamente do painel em Davos e reforçou a cobrança aos aliados europeus. “O povo americano é quem está pagando pela defesa. Não se pode pedir que os americanos ampliem o guarda-chuva da Otan enquanto os membros atuais não pagam sua parte justa – e isso inclui os holandeses, que precisam fazer mais”, declarou.

O secretário-geral alertou ainda sobre a importância de impedir uma vitória da Rússia no conflito, apontando que isso teria consequências negativas globais e encorajaria regimes autoritários, como os da Coreia do Norte e da China. “Precisamos intensificar, e não reduzir, nosso apoio à Ucrânia. A linha de frente está se movendo na direção errada”, ressaltou.

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