Condenado por terrorismo, britânico usava bitcoin para dar suporte financeiro ao EI

Hisham Chaudhary, de 28 anos, foi preso em novembro de 2019 e recebeu sete acusações diferentes relacionadas a terrorismo

Um cidadão britânico foi condenado a prisão no Reino Unido por associação ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI). O veredito foi anunciado na terça-feira (6) após cinco semanas de julgamento, e a expectativa é de que a sentença seja divulgada em setembro, segundo o site da Polícia Antiterrorismo.

Hisham Chaudhary, de 28 anos, foi preso em novembro de 2019 e recebeu sete acusações diferentes relacionadas a terrorismo. Entre elas, adesão a uma organização proibida, financiamento do terrorismo e divulgação de publicações terroristas.

Condenado por terrorismo, britânico usava bitcoins para dar suporte financeiro ao EI
Hisham Chaudhary, de 28 anos, foi preso em novembro de 2019 e recebeu sete acusações diferentes relacionadas a terrorismo (Foto: Divulgação)

As investigações apontam que o britânico costumava usar bitcoins para dar suporte financeiro ao grupo jihadista. “Ele frequentemente usava a tecnologia para receber e transferir milhares de libras esterlinas, pagando contrabandistas para libertar simpatizantes do EI dos campos de detenção na Síria”, diz um comunicado da polícia.

“Esta não é a primeira vez que um indivíduo é acusado de pertencer ao Estado Islâmico [no Reino Unido]. A Coroa (o Ministério Público britânico) entende que esta é pelo menos a terceira vez”, disse o promotor público Samuel Main ao jornal Independent.

A atuação de Chaudhary era essencialmente digital, “promovendo uma jihad violenta, fornecendo redes de comunicação seguras para indivíduos com ideias semelhantes e obtendo dinheiro para ajudar outros membros”, diz a polícia. “Ele até procurou ajuda para proteger o legado de seus vídeos, para evitar que fossem excluídos ou removidos”.

“Do conforto de sua casa no Reino Unido, Hisham Chaudhary teve um papel ativo na promoção, no apoio e no financiamento do terrorismo. É evidente que ele era um membro valioso do EI, alguém que sempre demonstrou sua lealdade por meio de ações”, disse Martin Snowden, chefe da Polícia Antiterrorismo.

Recompensa por terrorismo

Em abril, a Al-Qaeda chegou a oferecer bitcoin como recompensa para que extremistas matassem agentes das forças de segurança dos países ocidentais. Os jihadistas ofereciam a moeda virtual a quem enviasse vídeos ou fotografias que comprovem os crimes.

O anúncio teria sido veiculado na revista jihadista “Manhattan Wolves”, em dezembro de 2020, com indicações precisas sobre como realizar os ataques. A principal recomendação era realizar os ataques durante protestos contra as medidas de restrição da Covid-19. As recompensas chegavam a US$ 60 mil (R$ 330 mil à época).

Países como EUA, França, Itália, Alemanha e Grã-Bretanha foram apontados como “ideais” para a prática dos atos. “Nesses lugares há a vantagem do anonimato na multidão e a possibilidade de o porte de armas passar despercebido”, dizia o texto.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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