Soldados norte-coreanos enviados para reforçar as forças russas na guerra contra a Ucrânia enfrentam altas taxas de baixas e dificuldades de coordenação no campo de batalha. De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), a Coreia do Norte pode perder de 30 mil a 45 mil homens por mês, entre mortos e feridos, se mantiver o atual ritmo de operações na região de Kursk.
Ainda segundo a análise publicada pelo ISW em 22 de janeiro, a Coreia do Norte pretende enviar novas tropas à Rússia até meados de março de 2025. O envio seria uma tentativa de sustentar as ofensivas lideradas pela infantaria, apesar das pesadas perdas sofridas pelas forças já em combate.
Até meados de janeiro, o cálculo é de que entre 33% e 40% dos 12 mil soldados norte-coreanos destacados para a Rússia já tenham sido mortos ou feridos.

Embora a chegada de reforços esteja prevista, especialistas questionam sua eficácia. O ISW avaliou que esses contingentes não devem causar mudanças significativas nas operações russas. “As dificuldades de comunicação e integração entre as forças norte-coreanas e russas continuam sendo um problema crítico”, aponta o relatório.
As perdas também geram tensões entre Pyongyang e Moscou. O ISW alertou que, além de colocar em risco as relações entre os dois países, as baixas em massa expõem a falta de preparo das tropas norte-coreanas, que não enfrentavam combates dessa magnitude desde 1953.
Outro aspecto crítico levantado pelo ISW é a falta de coesão entre as forças aliadas. Relatos indicam que russos e norte-coreanos já se enfrentaram pelo menos duas vezes devido a erros de identificação. Apesar de esforços para melhorar a comunicação, como a inclusão de tradutores russos nos grupos norte-coreanos, os resultados permanecem limitados.
As estratégias adotadas no campo de batalha também são motivo de preocupação. Militares ucranianos relataram que soldados norte-coreanos continuam realizando ataques em massa e não recuam, mesmo quando feridos. Além disso, forças russas teriam lançado ataques com drones contra norte-coreanos feridos para impedir que fossem capturados pelos ucranianos.
Analistas acreditam que, ao enviar mais tropas, a Coreia do Norte busca fortalecer os laços com a Rússia, fornecendo não apenas soldados, mas também milhões de projéteis de artilharia e mísseis balísticos de curto alcance. Ainda assim, o ISW avalia que os altos índices de baixas e as dificuldades operacionais limitarão os aprendizados do comando militar norte-coreano nessa guerra.