Diplomata da União Europeia é alvo de acusação no Irã que prevê a pena de morte

Johan Floderus, preso há 600 dias, será julgado por espionagem para Israel e pela acusação de "corrupção na Terra", crime que pode acarretar pena de morte

O Irã acusou Johan Floderus, um diplomata sueco da União Europeia (UE) detido há mais de 600 dias em Teerã, de espionagem para Israel e “corrupção na Terra”, este último um delito considerado severo contra a segurança nacional e o sistema islâmico do país e sujeito à pena de morte. As informações são do jornal The Guardian.

A agência de notícias judiciária Mizan Online relatou que Floderus, de 33 anos, é acusado de medidas contra a segurança do país e “cooperação extensa com o regime sionista”. Ele foi preso em 17 de abril de 2022, no aeroporto de Teerã, ao retornar de uma viagem com amigos.

O diplomata está detido na prisão de Evin, na capital iraniana. Sua prisão coincidiu com o julgamento de Hamid Noury na Suécia, por sua participação em execuções em massa em Teerã, em 1988. Noury foi condenado à prisão perpétua em julho de 2022. O tribunal de recurso sueco deve anunciar seu veredito em 19 de dezembro, enquanto o acusado contesta a sentença.

Cartaz de campanha pela libertação de Johan Floderus na vitrine da uma loja de conveniências em Bruxelas (Foto: Twitter/Reprodução)

Em entrevista ao The Guardian, o pai de Johan, Matts Floderus, expressou preocupação enquanto aguarda informações sobre as acusações. Ele acredita que o julgamento ocorrerá em dezembro e mencionou que, para Johan, o veredito não faz diferença, pois considera as acusações fantasiosas, “um teatro”, como disse.

A família insiste que Johan foi detido sem motivo e pede sua libertação. Fotos de Floderus algemado durante a leitura das acusações foram publicadas pelo Mizan.

A acusação alegou que Floderus coletou informações sobre os programas nucleares iranianos, realizou “projetos subversivos” para Israel e estabeleceu uma rede de “agentes do serviço de inteligência sueco”. Também o acusou de estar envolvido na “cooperação e comunicação de inteligência com a União Europeia” e com o grupo de oposição exilado Mujahedines do Povo (OMPI, ou MEK, em persa), segundo o Mizan.

O chefe das Relações Exteriores da UE, Josep Borrell, pediu a libertação imediata de Johan Floderus, afirmando que “não há motivo para mantê-lo detido”. Já ministro das Relações Exteriores sueco, Tobias Billström, também declarou que “não existe base” para a detenção ou julgamento de Floderus.

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