Elizabeth II foi ‘presença tranquilizadora ao longo de décadas de mudanças radicais’

Secretário-geral da ONU, António Guterres, prestou homenagem á rainha, morta na quinta-feira (8) aos 96 anos de idade

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) António Guterres manifestou na quinta-feira (8) pesar pela morte da rainha Elizabeth II. Chefe de Estado mais longeva e com o reinado mais longo do Reino Unido, ela tinha 96 anos e era amplamente admirada por sua “graça, dignidade e dedicação em todo o mundo”, disse o português em comunicado.

“Ela foi uma presença tranquilizadora ao longo de décadas de mudanças radicais, incluindo a descolonização da África e da Ásia e a evolução da Commonwealth”, afirmou Guterres, que a classificou como “uma boa amiga das Nações Unidas”, lembrando que ela havia visitado a sede de Nova York duas vezes, com mais de cinquenta anos de diferença.

“Ela estava profundamente comprometida com muitas causas beneficentes e ambientais e falou de forma comovente aos delegados nas negociações climáticas da COP26 em Glasgow”, lembrou o chefe da ONU. “Gostaria de prestar homenagem à rainha Elizabeth II por sua dedicação inabalável e ao longo da vida em servir seu povo”. 

Guterres estendeu suas sinceras condolências à família enlutada, ao governo e ao povo do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e à Comunidade das Nações em geral. “O mundo se lembrará por muito tempo de sua devoção e liderança”, concluiu.

Elizabeth II: “Comprometida com causas beneficentes e ambientais” (Foto: Wikimedia Commons)
Últimos dias na Escócia

A rainha Elizabeth II morreu na propriedade conhecida como Castelo de Balmoral, na Escócia, que serviu como retiro de verão real.

Ao longo do ano passado, ela havia delegado alguns deveres reais ao filho mais velho, o príncipe Charles, herdeiro do trono, incluindo presidir a abertura estadual do Parlamento em maio. Foi a primeira vez desde 1963 que a rainha não compareceu à cerimônia.

A rainha morreu durante um momento politicamente frágil após a recente renúncia do primeiro-ministro Boris Johnson. A nova primeira-ministra Liz Truss viajou na terça-feira (6) para o castelo real na Escócia, para ser formalmente convidada a formar um governo. Ela se tornou a 15ª premiê a ocupar o cargo durante o reinado da rainha, sendo o primeiro Winston Churchill.

Vida de rainha

A rainha Elizabeth II subiu ao trono após a morte de seu pai, o rei George VI, em 6 de fevereiro de 1952, com apenas 25 anos de idade. Ela foi coroada em junho do ano seguinte.

Em fevereiro deste ano, o Reino Unido iniciou uma série de comemorações para o Jubileu de Platina da Rainha, marcando 70 anos de seu serviço à Comunidade Britânica. 

Ao longo de seu mandato, a monarca serviu como um elo vivo com a Grã-Bretanha da Segunda Guerra Mundial, presidiu um ajuste da era pós-colonial e viu o país passar pelo que alguns chamaram de “um amargo divórcio” da União Europeia (UE) durante o Brexit.

Rainha Elizabeth II, em foto tirada no Palácio de Buckingham, em 2011 (Foto: Wikimedia Commons)
Dizendo adeus

Após o anúncio da morte, as multidões do lado de fora do Palácio de Buckingham continuaram a crescer significativamente, enquanto outros enfrentaram fortes chuvas em Balmoral.

O site oficial da família real esteve temporariamente indisponível imediatamente após a morte, mas postou que a rainha havia morrido pacificamente. E acrescentou que o filho Charles e a esposa dele, Camilla, rei e rainha consorte, “permanecerão em Balmoral nesta noite (quinta-feira) e retornarão a Londres amanhã (sexta)”.

Haverá um período de luto de dez dias antes do funeral.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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