Uma investigação conjunta da BBC e do site MediaZona estima que entre 195 mil e 219 mil soldados russos tenham morrido desde o início da guerra na Ucrânia. Desses, 88 mil foram identificados nominalmente por meio de redes sociais, relatos de familiares, documentos abertos e veículos de imprensa.
Os números foram atualizados em primeira mão pelo site Istories, que revelou os dados mais recentes da pesquisa. Embora o levantamento inicial seja da BBC e do MediaZona, a nova estimativa reforça o impacto devastador do conflito.
A metodologia utilizada combina dados confirmados com análises sobre o número total de baixas não identificadas, tornando este um dos levantamentos mais seguros e abrangentes sobre o tema.
Os dados foram obtidos a partir de fontes abertas, e os números apresentados não incluem as baixas das formações do chamado LDPR (Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk), que atuam como parte integrante das Forças Armadas da Federação Russa (RF). De acordo com os especialistas, essas fontes representam apenas entre 45% e 65% do total de mortes, o que sugere que as baixas reais podem oscilar entre 195,6 mil e 219,2 mil pessoas.
Perdas nas unidades de elite
As forças de elite russas, como o Corpo de Fuzileiros Navais, as Forças Aerotransportadas, as forças especiais do GRU e os pilotos de combate da VKS, foram severamente impactadas. Estima-se que mais de 6.000 soldados dessas unidades altamente treinadas tenham morrido no conflito. Entre os paraquedistas, por exemplo, aproximadamente 4.000 baixas foram registradas, incluindo 654 oficiais e 253 recrutas mobilizados.
O 331º Regimento e a 31ª Brigada Aerotransportada estão entre as formações mais atingidas, com destaque para as perdas de 54 integrantes da 45ª Brigada de Forças Especiais Aerotransportadas, reconhecida por sua expertise em sabotagem e inteligência.
Com a escassez de tropas, a situação tornou-se tão crítica que prisioneiros começaram a ser alocados em unidades de elite, levantando dúvidas sobre a capacidade operacional dessas formações no futuro.
Impacto na Marinha e nas forças especiais
As forças especiais do GRU registraram pelo menos 580 baixas, incluindo 108 oficiais, enquanto a Marinha perdeu 1.685 soldados, sendo 214 oficiais. As maiores perdas ocorreram nas 155ª e 810ª Brigadas de Fuzileiros Navais, cuja reposição é considerada altamente desafiadora devido ao longo período de treinamento e ao custo milionário para formar novos oficiais.
Perdas financeiras e estratégicas
Outro dado preocupante diz respeito aos pilotos militares. Até o momento, 267 pilotos altamente treinados perderam a vida, representando um golpe significativo para a aviação russa, dada a complexidade e o alto custo de formação desses profissionais, que pode ultrapassar milhões de dólares.
Ao longo de quase três anos de conflito, mais de 4,5 mil oficiais foram perdidos pelas forças russas. Essa situação representa não apenas um desafio logístico e estratégico imediato, mas também um impacto duradouro na capacidade operacional e na estrutura de comando militar da Rússia.