Estônia confirma reciprocidade e expulsa diplomata russo após suposta espionagem

Cônsul-geral da Estônia em São Petesburgo havia sido expulso por Moscou sob acusação de receber documentos confidenciais

A Estônia confirmou a expulsão de um diplomata russo, em ação recíproca após as acusações de espionagem que levaram Moscou a mandar embora o Cônsul-geral da Estônia em São Petesburgo, Mart Lätte, no início do mês. As informações são da agência russa Sputnik.

O Ministério das Relações Exteriores da Estônia convocou o embaixador russo Alexander Petrov e declarou um dos diplomatas da Embaixada como persona non grata, sem especificar quem deveria deixar o país.

A nova primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, em pronunciamento ao Parlamento Europeu em outubro de 2017 (Foto: WikiCommons/EU Estonian Presidency)

“Esperamos que este episódio não prejudique as relações bilaterais da Estônia e da Rússia. A Estônia continua interessada em relações de vizinhança e construtivas. Ainda é lamentável que a Rússia tenha assumido uma postura hostil na sua comunicação com a União Europeia e os Estados-Membros”, diz o comunicado do Ministério.

“Na prática das relações internacionais, é comum que, quando um lado expulsa um diplomata, haja uma resposta simétrica do outro lado”, havia dito a primeira-ministra Kaja Kallas na semana passada. Ela ainda defendeu Lätte argumentando que ele “fazia seu trabalho habitual no país anfitrião, de acordo com todos os atos jurídicos”.

Espionagem

Mart Lätte foi acusado por Moscou de receber documentos confidenciais de um cidadão russo. Ele passou cerca de uma hora e meia detido e, depois disso, recebeu um prazo de 48 horas para deixar o país. Caso contrário, seria detido definitivamente pelas autoridades russas.

As acusações surgem na esteira de um conflito entre a Rússia e diversos países europeus, que igualmente acusam o governo Putin de espionagem. Tais incidentes levaram Bulgária, Itália, República Tcheca e Romênia a expulsarem diplomatas russos, ações que foram respondidas na mesma moeda por Moscou.

A própria Estônia viveu situação idêntica em abril. Na ocasião, a embaixada da Rússia em Tallin classificou a expulsão de um de seus diplomatas como um movimento “hostil e infundado” contra Moscou.

Ex-república soviética, a Estônia é parte da União Europeia (UE) e da Otan (organização do Tratado do Atlântico Norte). Ao lado de Lituânia e Letônia, que também fizeram parte da União Soviética, as três são críticas ferozes do governo Putin.

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