Finlândia expulsará nove diplomatas russos por atividades de espionagem

Segundo Helsinque, as expulsões são “um grande revés para os serviços de informação russos na Finlândia”

A Finlândia, o mais recente Estado-Membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), anunciou na terça-feira (6) que irá expulsar nove diplomatas que estão trabalhando na embaixada russa em Helsinque, sob a justificativa de estarem exercendo funções de inteligência. As informações são do jornal independente The Moscow Times.

O governo finlandês divulgou um comunicado afirmando que essas atividades violam a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. O anúncio ocorreu após uma reunião entre o presidente Sauli Niinisto e o Comitê Ministerial de Política Externa e de Segurança do país.

“As decisões são baseadas na avaliação do Serviço Finlandês de Inteligência de Segurança (Supo)”, disse à agência AFP Marja Liivala, diretora-geral do Ministério das Relações Exteriores.

Protesto pró-Ucrânia em frente à embaixada russa em Helsinque, março de 2022 (Foto: WikiCommons)

De acordo com o Supo, as expulsões representam um golpe significativo para os serviços de inteligência russos na Finlândia, conforme declarado pelo organismo em uma postagem no Twitter.

As relações entre os dois países vizinhos se deterioraram após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Como resultado desse cenário, Helsinque decidiu deixou para trás décadas de não-alinhamento e solicitou sua adesão à aliança militar transatlântica em maio de 2022, tornando-se oficialmente membro em abril.

Em abril, a Rússia congelou as contas bancárias da embaixada finlandesa em Moscou e do consulado em São Petersburgo, como mencionado pelo ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, em maio. Esse congelamento ocorreu simultaneamente ao anúncio da empresa finlandesa Fortum de que Moscou havia assumido o controle de sua subsidiária russa. O presidente russo, Vladimir Putin, aprovou a aquisição por meio de um decreto.

Em fevereiro, a Finlândia deu início à construção de uma barreira ao longo da fronteira com a Rússia, abrangendo cerca de 200 quilômetros. Essa medida foi tomada devido ao temor de Helsinque de que Moscou possa utilizar a presença de fluxos de migrantes na fronteira como forma de exercer pressão política.

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