Teve início na quarta-feira (2), na Rússia, o julgamento de quatro jornalistas que foram acusados de “extremismo” porque, segundo os promotores, manifestaram apoio ao oposicionista morto Alexei Navalny. Os procedimentos judiciais ocorrem a portas fechadas, e cada um dos acusados pode ser condenado a até seis anos de prisão. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).
A fotógrafa Antonina Favorskaya foi presa após filmar pessoas que colocavam flores no túmulo de Navalny, morto em 16 de fevereiro deste ano quando cumpria pena em uma colônia penal na Sibéria. Já os jornalistas Konstantin Gabov e Sergei Karelin foram presos um mês depois, acusados de armazenar material que seria posteriormente publicado nos canais do oposicionista.

O quarto réu é Artem Kriger, o mais jovem do grupo. Também jornalista, ele cobriu julgamentos politicamente sensíveis na Rússia, bem como protestos populares, e não está claro qual a relação alegada pelo governo russo entre ele e a organizaão de Navalny.
Principal opositor do presidente russo Vladimir Putin, Navalny ganhou destaque ao organizar manifestações e concorrer a cargos públicos na Rússia. A rede dele chegou a ter 50 sedes regionais e denunciava casos de corrupção envolvendo o governo, o que levou o Kremlin a agir judicialmente para proibir a atuação do opositor, que então passou a ser perseguido.
A organização de Navalny foi classificada como extremista, e então Moscou passou a perseguir pessoas relacionadas a ele e às entidades que comandava.
Em junho, mês em que o rival de Putin completaria 48 anos, a polícia de Moscou prendeu duas mulheres que foram prestar homenagem no túmulo do falecido político, no Cemitério Borisov. Em julho, a Justiça da Rússia emitiu ) um mandado de prisão contra a viúva dele, Yulia Navalnaya, que vive atualmente no exterior e se comprometeu a dar sequência à luta do marido contra o regime.
Como os jornalistas, Navalnaya é acusada de “participar de uma organização extremista” e teve o nome adicionado a uma lista de criminosos internacionais procurados.