Kremlin proíbe o uso de iPhones em diversos setores do governo da Rússia

Sob a justificativa de que o celular da Apple é mais suscetível a hackers, Moscou recomenda o uso de aparelhos nacionais ou chineses

Enquanto os aliados ocidentais agem contra empresas chinesas com medo de que estas atuem a serviço da inteligência de Beijing, a Rússia adotou medida semelhante contra um dos mais populares itens exportados pelos EUA: os iPhones. Com medo de espionagem, o uso dos celulares da Apple foi vetado em diversos setores do governo russo, segundo o jornal Kommersant.

Os primeiros alvos foram os funcionários do comitê de reeleição do presidente Vladimir Putin, que devem buscar aparelhos de outras marcas caso usem os da Apple. “O iPhone acabou. Jogue fora ou dê para as crianças. Todo mundo vai ter que fazer isso em março”, disse um dos membros da equipe, que falou ao jornal sob condição de anonimato.

iPhone: proibido entre os aliados de Putin por medo de espionagem (Foto: Malte Helmhold/Unsplash)

A decisão de abandonar o aparelho está relacionada à segurança das informações que circulam no governo. Segundo pessoas ligadas ao Kremlin, os iPhones são mais suscetíveis a hackers e à espionagem por parte de especialistas ocidentais em comparação com outros smartphones disponíveis.

Ainda assim, a decisão não foi unânime e houve contestação entre os funcionários. Porém, o vice-chefe da administração presidencial, Sergei Kiriyenko, deu fim ao debate e determinou que o prazo para a troca dos aparelhos é 1º de abril. Não está descartada a possibilidade de que novos smartphones sejam adquiridos para uso interno.

Além do comitê de reeleição, a ordem atinge neste momento funcionários da política doméstica da administração presidencial russa, projetos públicos, Conselho de Estado e departamentos estatais de TI (tecnologia da informação). E pode atingir outros setores em breve.

A recomendação do governo russo é para que os funcionários optem por aparelhos com o sistema Android, de preferência marcas chinesas ou russas. Entretanto, Moscou tende a ser ainda mais radical no futuro, quando pretende implantar exclusivamente aparelhos dotados do sistema doméstico Avrora.

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