O atleta olímpico e bicampeão europeu de levantamento de peso da Ucrânia, Oleksandr Pielieshenko, morreu após ser fatalmente ferido durante os confrontos com a Rússia, conforme anunciado pela federação ucraniana da categoria na segunda-feira (6). Pielieshenko, de 30 anos, alcançou o título europeu em 2016 e 2017, além de ter ficado em quarto lugar nas Olimpíadas do Rio de 2016, na categoria até 85kg. As informações são da ESPN.
“A notícia devastadora da perda de Oleksandr Pielieshenko, um grande atleta ucraniano, nos enche de tristeza”, afirmou a federação em um comunicado. Ele foi morto no domingo (5), de acordo com informações divulgadas pela federação.
Em uma postagem no Facebook, Victor Slobodianiuk, técnico nacional de levantamento de peso da Ucrânia, destacou que Pielieshenko “morreu como um herói, defendendo sua nação”.
“A guerra nos priva de nossos melhores. Esta é uma perda imensa para toda a comunidade de levantamento de peso da Ucrânia”, declarou Slobodianiuk, acrescentando: “Heróis jamais serão esquecidos!”.
O Comitê Olímpico Ucraniano observou que Pielieshenko se juntou ao exército ucraniano em fevereiro de 2022, no início da invasão russa, destacando seu compromisso com o país em sua própria homenagem online ao atleta.
Quase 500 atletas mortos
Outro atleta olímpico ucraniano, Vladyslav Heraskevych, revelou que aproximadamente 450 ucranianos ligados ao esporte profissional já perderam suas vidas no conflito, repercutiu o jornal The Guardian.
“Essas pessoas deveriam estar contribuindo para o desenvolvimento do esporte em nosso país e aproveitando suas vidas, mas agora estão sendo vítimas fatais”, lamentou ele. “Enquanto isso, atletas russos que apoiam a guerra estão competindo em eventos esportivos internacionais. É incompreensível para mim como isso é possível. É simplesmente insano.”
A morte de Pielieshenko levanta novas questões sobre a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de permitir que alguns russos compitam como atletas “neutros” nos Jogos Olímpicos de Paris, apesar da oposição da Ucrânia.
Haverá um limite para a participação de atletas da Rússia e Belarus. O COI determinou que até 54 russos e 28 belarussos serão convidados a competir como atletas neutros individuais, com base nos números de Tóquio. Prevê-se que 36 russos e 22 belarussos se classifiquem, sendo que atualmente 12 russos e sete belarussos já garantiram suas participações. No entanto, os russos que expressaram apoio público à guerra na Ucrânia ou possuem vínculos militares serão impedidos de competir.
A participação desses atletas na cerimônia de encerramento, em 11 de agosto, será decidida posteriormente pelo COI. Além disso, quaisquer medalhas conquistadas por atletas neutros não serão incluídas no quadro geral de medalhas como grupo coletivo.
Os atletas russos que forem para Paris não poderão participar da cerimônia de abertura, usar a bandeira ou o hino nacional de seu país, nem competir em esportes coletivos como futebol e basquete.