Líder da Chechênia revela planos para criar força mercenária internacional

Ramzan Kadyrov declarou que está pensando em criar um exército privado que poderia potencialmente proteger "povos oprimidos" em todo o mundo

Em entrevista à agência de notícias russa RIA Novosti, o líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, revelou que tem planos de criar uma empresa militar privada que lutaria em defesa dos “povos oprimidos” ao redor do mundo. Essas forças paramilitares, segundo ele, agiriam principalmente dentro de nações alegadamente democráticas.

“Recentemente, tenho pensado mais em criar um bom exército para que eles possam se mudar para diferentes Estados e defender os povos oprimidos por aqueles países que se dizem os mais democráticos”, afirmou.

Kadyrov também definiu qual o perfil que seus combatentes teriam. De acordo com ele, devem ser “patriotas que estão prontos para dar a vida não por um centavo, mas por uma questão de ordem”.

“Este é um caminho muito difícil, mas estamos nos esforçando para isso e seguindo em frente”, acrescentou.

Presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov (Foto: Kremlin/Reprodução)

Conhecido pelo autoritarismo de seu regime sobre a região arrasada por dois conflitos separatistas nos anos 1990 e início dos anos 2000, Kadyrov já havia falado em seu canal no Telegram em fevereiro que teria como referência para suas planejadas tropas mercenárias o Wagner Group. Na publicação, ele se refere ao chefe da organização Evgeny Prigozhin como “querido irmão”, prometendo um dia “competir” com ele.

Tanto Kadyrov quanto Prigozhin fizeram críticas ao exército russo no ano passado. A intensidade e a natureza existencial da guerra contra a Ucrânia, combinadas com a falta de vitórias da Rússia, inclusive aumentaram visivelmente o peso político do empresário, enquanto esquenta o debate sobre o quão perto ele realmente está do presidente Vladimir Putin, quais privilégios ele desfruta e até mesmo se ele nutre ambições presidenciais.

Enquanto isso, o líder checheno assumiu uma posição mais cautelosa quando o conflito entre Prigozhin e o Ministério da Defesa russo piorou no início deste ano.

Tags: