ONU lança nova tentativa de superar divisões internas no Chipre

Reunião é parte de um esforço diplomático focado em abrir um caminho para o fim da disputa territorial que divide o país

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, foi a Genebra, na Suíça, para uma reunião informal sobre a situação no Chipre. Participaram do encontro os dois líderes cipriotas, grego e turco, e as potências garantidoras que são: Grécia, Turquia e Reino Unido.

A reunião de dois dias, que terminou nesta terça-feira (18), faz parte de um esforço diplomático, iniciado em outubro, focado em abrir um caminho para o fim da disputa territorial que divide o país.

Busca de equilíbrio entre as duas comunidades que compõem o país

Em 2017, logo após assumir a liderança da ONU, António Guterres convocou uma reunião semelhante, mas as negociações acabaram fracassando. Em 2021, houve outra tentativa sem sucesso.

A independência do Chipre ocorreu em agosto de 1960. Um mês depois, o país  ingressou na ONU. A ilha, no Mar Mediterrâneo, tem uma população composta por 80% de cipriotas gregos e 18% de cipriotas turcos.

Secretário-geral da ONU, o português António Guterres (Foto: UN Photo/Evan Schneider)

Os acordos, que levaram à independência, faziam a distinção entre as duas comunidades e buscavam um certo equilíbrio entre seus respectivos direitos e interesses. Grécia, Turquia e Reino Unido forneceram uma garantia multilateral dos artigos básicos da Constituição.

O documento também garantiu a participação de cada comunidade no exercício das funções do governo assegurando a autonomia administrativa parcial a ambos os lados, mesmo assim, as tensões continuaram.

Intervenção da comunidade internacional

A Força de Manutenção da Paz das Nações Unidas no Chipre (Unficyp) foi criada pelo Conselho de Segurança em 1964 para evitar combates entre as comunidades cipriota grega e cipriota turca.

Porém, em 1974, grupos favoráveis ​​à união com a Grécia deram um golpe de Estado, que foi respondido com uma intervenção militar da Turquia, cujas tropas estabeleceram o controle sobre a parte norte da ilha.

Desde o cessar-fogo entre os dois lados, em agosto de 1974, a Missão de Paz supervisiona as linhas de cessar-fogo, fornece assistência humanitária e mantém a zona-tampão entre as forças turco-cipriotas e greco-cipriotas.

Em 31 de janeiro de 2025, o Conselho de Segurança estendeu, por unanimidade, por mais um ano, o mandato da Unficyp.

A decisão ressalta a necessidade de evitar quaisquer ações unilaterais que possam prejudicar as perspectivas de uma solução pacífica.

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