Otan anuncia uma nova missão para proteger cabos submarinos no Mar Báltico

Operação foi criada para proteger cabos submarinos no Mar Báltico, envolvendo aliados e tecnologia avançada contra ameaças russas

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) anunciou, na terça-feira (14), o lançamento da missão Baltic Sentry, uma operação destinada a proteger cabos submarinos no Mar Báltico. A decisão surge após uma série de incidentes que elevaram preocupações sobre sabotagem e espionagem russa na região, considerada estratégica para a segurança e economia global. As informações são da Associated Press.

De acordo com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, a nova missão contará com fragatas, aeronaves de patrulha marítima e drones navais, que serão empregados para intensificar a vigilância e aumentar a dissuasão.

“Vimos elementos de uma campanha para desestabilizar nossas sociedades por meio de ataques cibernéticos, tentativas de assassinato e sabotagem, incluindo possível dano a cabos submarinos no Mar Báltico”, afirmou Rutte durante reunião em Helsinque com líderes das nações bálticas.

Navio da Marinha da Estônia no Báltico durante exercício marítimo BALTOPS 2020, que contou com a participação de 19 aliados da Otan e nações parceiras (Foto: NATO/Flickr)
A importância dos cabos submarinos

Rutte destacou que mais de 95% do tráfego de Internet global depende de cabos submarinos, que também movimentam cerca de US$ 10 trilhões em transações financeiras diárias por meio de uma rede de 1,3 milhão de quilômetros de extensão. Essa infraestrutura crítica tem sido alvo de preocupações crescentes, dado o potencial impacto de ataques ou sabotagens.

Frota sombra

Enquanto os líderes se reuniam na capital finlandesa, a emissora estatal polonesa TVP World relatou a presença de um navio da chamada “frota sombra” russa próximo a um gasoduto que conecta a Noruega à Polônia. No entanto, as autoridades militares polonesas desmentiram o incidente. Essa frota é composta por petroleiros antigos, frequentemente acusados de contornar sanções internacionais e sustentar a receita petrolífera da Rússia, o que gera preocupação entre os países europeus.

Rutte reforçou que a Otan não tolerará ataques à infraestrutura crítica de seus membros e alertou que a aliança está preparada para reagir. “Faremos tudo ao nosso alcance para monitorar, reagir e prevenir novas ameaças”.

Resposta coordenada

Participaram do encontro representantes da Finlândia, Alemanha, Polônia, Dinamarca, Suécia, Letônia, Lituânia e Estônia. Em declaração conjunta, os países bálticos afirmaram que, conforme o direito internacional, tomarão medidas contra embarcações suspeitas de ameaçar a segurança, infraestrutura ou meio ambiente da região. Eles também condenaram o uso da frota sombra, classificando-a como uma “ameaça significativa” tanto à segurança marítima quanto ao financiamento da guerra russa contra a Ucrânia.

Os líderes também prometeram avançar em soluções tecnológicas para monitoramento e vigilância, além de reforçar parcerias com operadores de infraestrutura e empresas de tecnologia. “Estamos comprometidos em explorar novas formas legais de lidar com esses desafios e intensificar o compartilhamento de informações”, declararam.

Contribuições da Alemanha e Suécia

O chanceler alemão Olaf Scholz confirmou a participação do país na Baltic Sentry, afirmando que a Alemanha utilizará suas capacidades navais conforme as possibilidades de implantação. Já a Suécia anunciou que poderá disponibilizar até três navios de guerra para reforçar a presença da Otan no Mar Báltico e proteger a infraestrutura submarina.

Rutte evitou fornecer detalhes específicos sobre o número de recursos que serão empregados, afirmando que a variabilidade semanal dos meios utilizados visa evitar que informações estratégicas sejam reveladas ao inimigo. “Utilizaremos todas as capacidades que temos como aliança”, concluiu o secretário-geral.

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