Três indivíduos foram detidos na Polônia nesta sexta-feira (19) em relação ao ataque a Leonid Volkov, aliado exilado e ex-assessor de Alexei Navalny, morto em fevereiro. Volkov foi agredido com um martelo à porta de sua casa em Vilnius, capital da Lituânia, resultando em um braço quebrado. As informações são do site independente The Moscow Times.
Os suspeitos foram detidos na Polônia e serão entregues à Lituânia após o processo, afirmou o presidente lituano, Gitanas Nauseda, em declarações aos jornalistas. Ele agradeceu à Polônia pela cooperação, destacando o “excelente trabalho” realizado pelas autoridades locais.
Pelo X, antigo Twitter, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou que a pessoa que alegadamente ordenou o ataque também foi presa. Ele revelou que um belarusso, a serviço de Moscou, foi detido por ordenar o ataque contra o aliado de Navalny. Tusk informou sobre a prisão dos agressores, mas não forneceu mais detalhes.
Volkov, de 43 anos, afirmou nas redes sociais que não tinha conhecimento dos detalhes da detenção, mas elogiou o trabalho de investigação “enérgico e persistente” da polícia lituana. Ele vive no exílio desde que Moscou proibiu os grupos de Navalny como organizações “extremistas” em 2021
Nauseda e o serviço de contraespionagem do país acusaram os homólogos russos de orquestrar o ataque a Volkov. A acusação se baseou em informações coletadas por sua inteligência, segundo as quais o Kremlin agiu com vistas ao pleito presidencial que deu ao presidente Vladimir Putin um novo mandato de seis anos. O Kremlin se recusou a comentar o incidente.
Yulia Navalnaya, a viúva de Alexei Navalny, revelou esta semana que o ataque a Volkov a levou a contratar um guarda-costas.
“Alexei e eu nunca tivemos segurança, e acho que herdei um pouco dessa coragem, dessa atitude arrogante de Alexei. Mas quando você é muito arrogante, pode fazer um movimento errado. Então, por enquanto, meus colegas me pediram para andar com um guarda-costas”, disse Navalnaya à revista Time.
Exilado na Lituânia devido à perseguição estatal, Volkov foi incluído na relação do Serviço Federal de Monitoramento Financeiro da Rússia em janeiro de 2022. Isso significa que ele é acusado de apoiar financeiramente ou dar qualquer outro tipo de suporte a organizações responsáveis por atos terroristas ou extremistas.
Volkov era encarregado dos escritórios regionais e das campanhas eleitorais de Navalny, que concorreu à presidência da câmara de Moscou em 2013 e tentou desafiar Putin nas eleições presidenciais de 2018.