Mikhail Lobanov, político, oposicionista do Kremlin e ativista sindical, anunciou sua fuga da Rússia logo após revelar sua demissão de uma renomada universidade de Moscou. Em uma mensagem no aplicativo de mensagens Telegram, Lobanov declarou que ele e sua equipe tomaram a decisão de iniciar uma viagem ao exterior e que já estavam em um local “onde as forças de segurança russas não podem interferir”. As informações são do jornal The Moscow Times.

Ele ressaltou que sempre considerou importante permanecer na Rússia enquanto houvesse oportunidade para continuar sua atividade política. Porém, agora, essa oportunidade foi “temporariamente esgotada”, disse à reportagem.

Segundo o comunicado oficial da Faculdade de Mecânica e Matemática da Universidade Estadual de Moscou, a demissão de Lobanov teve como justificativa “motivos fora do controle de ambas as partes”.

Lobanov, um destacado político de esquerda na Rússia, concorreu como candidato pelo Partido Comunista nas eleições parlamentares de 2021 no país. Recentemente, ele foi designado como “agente estrangeiro” pelo Ministério da Justiça.

O ativista afirmou acreditar que a decisão de demiti-lo não partiu da universidade, mas foi resultado de uma “pressão externa flagrante e sem precedentes”.

Ao anunciar sua saída da Rússia pelo Telegram, Lobanov escreveu: “Rotular-me como ‘agente estrangeiro’, impedir-me de exercer minha profissão e me demitir ilegalmente da Universidade Estadual de Moscou são apenas os últimos passos de uma campanha que as autoridades têm travado contra mim nos últimos anos.”

Em maio deste ano, as forças de segurança realizaram buscas na residência de Lobanov e de outros políticos da oposição com base em uma acusação de “terrorismo” e “falsificações” militares contra o ex-deputado da Duma, Ilya Ponomarev, segundo o portal Current Time.

Busca semelhante já havia ocorrido na casa de Lobanov no final de dezembro do ano passado. À época, ele foi detido por 15 dias sob a acusação de desobediência às ordens da polícia.