Polônia determina prisão de autoridades belarussas por desvio de voo da Ryanair em 2021

Falsa ameaça de bomba levou Minsk a forçar o pouso do avião que levava o jornalista Roman Protasevich, preso no desembarque

Nesta sexta-feira (6), um tribunal polonês determinou a prisão de três autoridades belarussas acusadas de desviar ilegalmente um voo da Ryanair em 2021. O avião foi forçado a pousar em Minsk para que o jornalista Roman Protasevich fosse preso. As informações são da Deutsche Welle.

No dia 23 de maio de 2021, voo FR4978 seguia de Atenas, na Grécia, para Viknius, na Lituânia, e estava prestes a deixar o espaço aéreo belarusso quando passou a ser escoltado por jatos da força aérea nacional. Sob o argumento de que poderia haver uma bomba a bordo, a aeronave foi forçada a pousar. Então, Protasevich e a namorada dele, a estudante russa Sofia Sapega, foram presos pelo regime de Alexander Lukashenko.

Avião da Ryanair (Foto: Oliver Holzbauer/WikiCommons)

Após investigações, “o tribunal regional de Varsóvia emitiu três ordens de prisão para indivíduos envolvidos no desvio do avião registrado na Polônia”, informou a porta-voz do tribunal, Anna Ptaszek.

O Ministério Público polonês identificou os acusados como um ex-diretor da agência de aviação belarussa, um responsável pelo controle de tráfego aéreo em Minsk e um oficial do serviço de segurança KGB de Belarus. Eles são acusados ​​de assumir o controle do voo ao fornecer ao piloto informações falsas sobre um suposto dispositivo explosivo a bordo.

Os três homens residem fora da Polônia, mas Ptaszek afirmou que as ordens judiciais “autorizam os promotores a iniciar procedimentos para persegui-los internacionalmente”.

O tribunal informou que os acusados podem enfrentar penas de até 15 anos por desviar uma aeronave, com as acusações agravadas classificando o ato como uma ação “terrorista”.

O jornal polonês Gazeta Wyborcza relatou que gravações de áudio da torre de controle do aeroporto de Minsk, do dia do voo, foram vazadas por um controlador que depois fugiu para a Polônia.

Após a detenção, Protasevich e Sofia foram inicialmente colocados em prisão domiciliar devido ao envolvimento nos protestos populares contrários à reeleição de Lukashenko, em agosto de 2020. O episódio gerou protestos internacionais e rendeu novas sanções ocidentais ao país. Entre elas, a determinação de UE e Reino Unido para que companhias aéreas evitassem o espaço aéreo belarusso.

Tags: