Poluição do ar mata mais de 1,2 mil menores de 18 anos anualmente na Europa

"Mortes no início da vida representam uma perda de potencial futuro e trazem uma carga significativa de doenças crônicas", diz relatório

A poluição do ar é a causa da morte prematura de mais de 1,2 mil pessoas com menos de 18 anos na Europa anualmente. Os dados constam de um relatório divulgado nesta segunda-feira (24) pela Agência Ambiental Europeia (EEA, na sigla em inglês).

“Apesar das melhorias nos últimos anos, o nível dos principais poluentes atmosféricos em muitos países europeus permanece teimosamente acima das diretrizes baseadas em saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), especialmente no centro-leste da Europa e na Itália“, diz o relatório.

Apesar do alerta, o estudo aponta que o número de mortes prematuras é baixo se consideradas as mortes gerais entre a população europeia desta faixa etária. Ainda assim, a agência destaca que “as mortes no início da vida representam uma perda de potencial futuro e trazem uma carga significativa de doenças crônicas, tanto na infância quanto mais tarde na vida”.

Cidade de Bor, na Sérvia, sede de uma mina de cobre chinesa: poluição (Foto: Wikimedia Commons)

Em certos casos, o problema surge antes mesmo do nascimento, com a exposição materna à poluição do ar durante a gravidez associada ao baixo peso de recém-nascidos e ao risco de parto prematuro. “Após o nascimento, a poluição do ar ambiente aumenta o risco de vários problemas de saúde, incluindo asma, redução da função pulmonar, infecções respiratórias e alergias”, diz o relatório.

A agência destaca que o problema pode ser registrado em toda a União Europeia (UE), com mais de 90% da população do bloco exposta a níveis nocivos de dióxido de nitrogênio, ozônio e material particulado fino, segundo dados de 2021.

No caso específico dos jovens, a solução não se resume ao investimento na geração de energia limpa. O documento destaca a importância de ações cotidianas, que levem a uma melhor da qualidade do ar no ambiente escolar e durante atividades como deslocamentos escolares e esportes.

“Os níveis de poluição do ar em toda a Europa ainda são inseguros, e as políticas europeias de qualidade do ar devem ter como objetivo proteger todos os cidadãos, mas especialmente nossas crianças, que são mais vulneráveis ​​aos impactos da poluição do ar na saúde”, afirmou Hans Bruyninckx, diretor executivo da EEA.

Entre os destaques positivos surgem as cidades de Faro, em Portugal, Umea e Uppsala, na Suécia, que foram classificadas como as cidades europeias mais limpas e tiveram os níveis médios mais baixos de partículas finas.

Tags: