O presidente do Kosovo, Hashim Thaci, foi indiciado nesta quarta (24) por supostos crimes de guerra e contra a humanidade. A acusação inclui quase 100 assassinatos, segundo a agência de notícias Reuters.
A denúncia foi feita por uma promotoria especial criada em Haia, em 2015, para tratar de casos de supostos crimes cometidos por guerrilheiros do Exército de Libertação do Kosovo, durante a revolta de 1998, que levou à independência do país.
Outras pessoas também foram indiciadas. Entre elas, o ex-presidente do parlamento do Kosovo Kadri Veseli. Assim como Thaci, o aliado é também ex-comandante do exército que atuou no conflito.
A decisão de trazer a público o indiciamento foi tomada após “repetidos esforços de Hashim Thaci e Kadri Veseli de obstruir e prejudicar o trabalho” da Câmara que investiga abusos em território kosovar. A informação consta de um comunicado à imprensa divulgado nesta quarta pelos promotores.
A acusação diz ter evidências de que Thaci e Veseli “tocaram uma campanha secreta para reverter a lei que cria esta Corte e obstruir seu trabalho numa tentativa de garantir que não sejam julgados”.
As primeiras alegações de crimes de guerra contra o Exército de Libertação surgiu em um relatório de 2011 da agência de direitos do Conselho da Europa. Guerrilheiros foram acusados de matar civis sérvios e opositores políticos albaneses.
Visita cancelada
Nesta quinta (25), o primeiro-ministro do Kosovo, Avdullah Hoti, afirmou que o país não participará das conversações com a Sérvia, mediadas pelos Estados Unidos. O encontro estava marcado para o fim de semana, na Casa Branca.
O objetivo do encontro era retomar o diálogo entre os dois países. A Sérvia não reconhece a independência de sua antiga província. Em 2011, Sérvia e Kosovo se comprometeram a iniciar conversações sobre o assunto, mas pouco progresso foi feito desde então.
O premiê deve também voltar à capital Pristina antes de encontrar com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A reunião está marcada para esta sexta (26).