O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) vai enviar à Líbia uma missão para investigar violações e abusos de todas as partes envolvidas no conflito.
A decisão foi anunciada nesta terça (23), durante o encerramento da última sessão do Conselho, por videoconferência. A investigação compreende o período a partir de 2016. A meta é garantir que crimes de guerra cometidos no conflito sejam punidos.
A decisão foi celebrada por grupos de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch. A organização classificou o inquérito da ONU como “um passo rumo à prestação de contas”.

A resolução foi aprovada por unanimidade e solicitada à alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pelo grupo que representa a África no Conselho.
A Líbia vive uma guerra civil que retalha seu território há nove anos, iniciada após a derrubada do ditador Muammar Qaddafi em 2011.
De um lado, está o governo reconhecido internacionalmente, com base na capital Trípoli. Do outro, o rebeldes apoiados comandados pelo general Khalifa Haftar. As duas tropas vem recebendo financiamento estrangeiro.
Em 2011, o Conselho de Segurança das Nações Unidas determinou um embargo de armas ao conflito. A resolução foi amplamente desrespeitada e nenhuma das partes foi punida.
No último mês, foram descobertas valas comuns em áreas dominadas pelos rebeldes. Na cidade de Tarhuna, recém-conquistada pelas tropas de Trípoli, há ao menos oito delas.