A situação na região russa de Kursk se deteriorou rapidamente para as forças ucranianas, com o avanço russo colocando em risco o único trunfo territorial de Kiev em um momento crítico da guerra. A incursão ucraniana, iniciada em agosto com o objetivo de capturar território para eventual troca por áreas ocupadas pela Rússia, agora enfrenta desafios sérios, de acordo com a rede CNN.

Embora inicialmente a ofensiva tenha causado constrangimento em Moscou, a perda de metade da área que foi conquistada desde então deixa Kiev em uma posição essencialmente defensiva, com os militares ucranianos lutando para manter o controle dos territórios russos sob seu poder.

Blogueiros militares de ambos os lados alertam para a crescente pressão sobre as tropas ucranianas, com o Ministério da Defesa da Rússia anunciando a retomada de vários assentamentos, como Malaya Loknya, Cherkasskoye Porechnoye e Kositsa. A ofensiva russa, apoiada por tropas norte-coreanas, intensifica os ataques na região, tornando a situação ainda mais difícil para os soldados ucranianos.

“Agora, a situação logística é crítica”, afirmou o blogueiro ucraniano Sternenko, destacando a fragilidade das estradas na região e os desafios impostos pelo degelo da primavera. As tropas russas estão se aproveitando dessas dificuldades, além de usar táticas inesperadas, como infiltrações por meio de um gasoduto, conforme relatado pelo blogueiro ucraniano Yuriy Butusov.

A entrada das forças norte-coreanas na luta reforçou ainda mais o poder de fogo de Moscou. Cerca de 12 mil soldados da Coreia do Norte foram enviados à região, ampliando a capacidade ofensiva russa e colocando as forças ucranianas em uma situação cada vez mais desesperadora. “Os coreanos continuam chegando”, disse um soldado ucraniano à CNN.

Enquanto isso, o apoio internacional à Ucrânia, principalmente dos EUA, está sendo testado. A pressão do presidente Donald Trump para que Kiev aceite uma negociação de paz e pare de receber ajuda militar e inteligência de Washington adiciona uma camada de complexidade à situação. Para o governo ucraniano, qualquer perda de apoio externo pode significar o colapso de suas operações militares em regiões chave.

Em meio ao avanço russo e à constante ameaça de um cerco à cidade de Sudzha, a última linha de suprimento crucial para as tropas ucranianas na região de Kursk, o futuro da incursão ucraniana parece cada vez mais incerto.