O governo britânico anunciou na quinta-feira (10) que congelou até agora o equivalente a mais de 18 bilhões de libras esterlinas (R$ 112 bilhões) em ativos de oligarcas russos e outros indivíduos sancionados em função da guerra na Ucrânia. As informações são da agência Reuters.
Com esses valores, a Rússia se tornou o país mais atingido pelo congelamento de bens no Reino Unido, superando a Líbia e o Irã. Os dados constam do relatório anual publicado pelo Escritório de Implementação de Sanções Financeiras (OFSI, na sigla em inglês), que faz parte do Ministério das Finanças britânico.
Para se ter ideia do que isso representa, todos os 27 países da União Europeia (UE) somados, que representam uma economia cinco vezes superior à britânica, disseram em julho que o bloco havia congelado 13,8 bilhões de euros (R$ 75 bilhões, no câmbio atual) em ativos russos.
O que ajuda a explicar o alto volume de ativos russos na economia da Coroa é o fato de que muitos cidadãos da Rússia direcionaram para lá seu dinheiro após o colapso da União Soviética em 1991.
Putin na mira
Entre os alvos estão o próprio presidente Vladimir Putin e o magnata Roman Abramovich, que inclusive foi obrigado a vender o clube de futebol Chelsea, um dos mais populares do país. Agora, a diferença entre a Rússia e os demais países alvo de congelamento de bens é superior a seis milhões de libras esterlinas.
Embora muitas nações em todo o mundo estejam mirando bens físicos de oligarcas russos, como iates e aviões, esses bens não entram na conta dos britânicos. são incluídos aí somente participações em empresas e dinheiro mantido em contas bancárias no Reino Unido.
Em maio, Londres havia anunciado sanções a 12 pessoas do círculo íntimo de Putin. Entre familiares e outros indivíduos do convívio do presidente estava a suposta namorada dele, a ex-ginasta Alina Kabaeva. Todos são acusados de esconder dezenas de bilhões de dólares em nome do líder russo.
As sanções a Alina foram propostas pela União Europeia (EU). Aos 38 anos, ela é apontada por governos do Ocidente como amante desde 2008 do mandatário russo e mãe de pelo menos três dos filhos dele. Segundo o canal russo no Telegram General SVR, ela estaria grávida novamente.
No total foram alvo de sanções britânicas 1,2 mil indivíduos, entre eles empresários e políticos, bem como 120 entidades na Rússia.
Além de mirar pessoas físicas, o governo britânico agiu também contra as fontes de renda do Kremlin, tendo sancionado 95% de todas as exportações russas para o país. Já as compras de petróleo e gás foram interrompidas até pelo menos o final de 2022.
“Impusemos as sanções mais severas de todos os tempos à Rússia e isso está paralisando sua máquina de guerra”, disse Andrew Griffith, ministro júnior do Tesouro. “Nossa mensagem é clara: não permitiremos que Putin tenha sucesso nesta guerra brutal”.