Rússia alega ter frustrado plano da Ucrânia para assassinar líder da Crimeia

O serviço secreto russo diz ter impedido um atentado contra Sergei Aksyonov ao deter um agente antes que ele pudesse detonar um explosivo no carro do líder da península anexada ilegalmente

O FSB (Serviço Federal de Segurança) anunciou nesta segunda-feira (3) que impediu uma tentativa de assassinato por parte da Ucrânia contra Sergei Aksyonov, líder apoiado por Moscou na Crimeia, ao prender um agente antes que ele pudesse detonar um explosivo no carro do político. Kiev ainda não se pronunciou sobre o assunto. As informações são da agência Reuters.

“Uma tentativa de assassinato organizada pelos serviços especiais da Ucrânia visando o chefe da República da Crimeia, Sergei Aksyonov, foi frustrada”, informou a agência estatal russa Tass, citando um comunicado do FSB. O veículo ainda informou que o serviço secreto russo divulgou um vídeo no qual o homem teria confessado o crime. 

Medidas de segurança foram intensificadas na península ilegalmente anexada pela Rússia, e fiscalizações estão ocorrendo nas travessias da região de Krasnodar para a Crimeia.

Sergei Aksyonov em 2019 (Foto: WikiCommons)

O suspeito, um cidadão russo, é treinado em explosivos e sabotagem. Ele foi preso enquanto tentava recuperar um artefato explosivo escondido. A TV estatal russa mostrou imagens do indivíduo sendo detido em uma área arborizada. Ele confessou estar agindo a serviço de Kiev e admitiu o plano de colocar os explosivos em um carro estacionado na rota do cortejo de Aksyonov, em Simferopol. Um saco verde foi exibido contendo o que seria uma bomba.

O FSB não revelou a identidade do homem, que teria cerca de 30 anos e ingressou na Crimeia em junho. Sergei Aksyonov expressou gratidão ao serviço de segurança e manifestou confiança de que os responsáveis pelo planejamento do assassinato seriam identificados e punidos.

Em maio, o FSB anunciou a prisão de sete pessoas ligadas à inteligência ucraniana, suspeitas de planejar ataques contra Aksyonov e outras autoridades apoiadas pela Rússia.

Em setembro, o líder nomeado pela Rússia em Berdyansk, uma área ocupada no sul da Ucrânia, perdeu as duas pernas em um atentado com carro-bomba, conforme relatado pela mídia estatal. Em agosto, um funcionário nomeado por Moscou na região ocupada de Zaporizhzhya foi morto em um ataque com carro-bomba, de acordo com um membro da administração regional apoiada pela Rússia.

Nos últimos meses, a península da Crimeia tem sido frequentemente alvo de ataques contra as autoridades russas lá estabelecidas, ações atribuídas por Moscou a Kiev.

Reconquista do território

Em 2014, Moscou anexou a Crimeia, anteriormente pertencente à Ucrânia, por meio de um referendo amplamente considerado uma farsa por Kiev e pelos países ocidentais.

Em agosto do ano passado, o líder ucraniano Volodymyr Zelensky declarou que retomar o controle da Crimeia estava em seus planos. “Isto é nosso. Os ocupantes devem saber: vamos expulsá-los até a fronteira. Até nossa fronteira, cuja linha não mudou. Os invasores a conhecem bem”, disse.

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