Rússia avalia reduzir os laços diplomáticos com o Ocidente, segundo o Kremlin

Moscou considera rebaixar suas relações devido ao aumento do envolvimento dos EUA e seus aliados na guerra da Ucrânia

Nesta quinta-feira (27), uma autoridade do Kremlin afirmou que a Rússia está avaliando a possibilidade de reduzir as relações diplomáticas com o Ocidente, devido ao aumento do envolvimento dos Estados Unidos e seus aliados no conflito na Ucrânia, embora ainda não tenha tomado uma decisão final. As informações são da agência Reuters.

A informação se originou de uma declaração do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, que disse ao jornal Izvestia que os embaixadores têm desempenhado um papel importante ao manter um canal de comunicação em tempos difíceis. Além disso, mencionou que Moscou está “estudando a possibilidade de reduzir os laços com o Ocidente”.

O presidente Vladimir Putin durante conferência de imprensa em Moscou (Foto: Kremlin.ru)

Questionado sobre a possibilidade de isso acontecer, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse a jornalistas que a redução do nível das relações diplomáticas é uma medida comum para Estados que enfrentam hostilidades ou interferências. Ele mencionou que, devido ao aumento do envolvimento do Ocidente no conflito na Ucrânia, a Rússia “está considerando várias opções para responder a essa intervenção hostil”.

Peskov afirmou que ainda não houve uma decisão definitiva sobre o assunto e que a Rússia está avaliando diversas maneiras de responder ao Ocidente.

Uma possível deterioração ou ruptura nas relações entre Rússia e Ocidente devido ao conflito na Ucrânia reflete a intensidade das tensões recentes. Durante a Crise dos Mísseis em Cuba de 1962, o ápice da Guerra Fria, Moscou não cortou laços com Washington, embora tenha rompido relações com Israel durante a Guerra do Oriente Médio de 1967.

O presidente russo Vladimir Putin justifica a entrada de soldados na Ucrânia como parte de uma luta mais ampla com os Estados Unidos, alegando que desde o colapso da União Soviética em 1991, os interesses de Moscou foram ignorados e o Ocidente conspirou para dividir a Rússia e explorar seus recursos naturais.

O Ocidente e a Ucrânia veem a guerra como uma tentativa de anexação territorial de estilo imperial. Líderes ocidentais refutam a intenção de destruir a Rússia, alertando que uma vitória de Putin pode fortalecer regimes autocráticos globalmente.

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