Rússia dispõe de míssil capaz de atingir Londres em nove minutos, segundo analista pró-Kremlin

Armamento batizado de 'desmancha-prazeres atinge alvos a até dois mil quilômetros de distância e voa a mais de 12 vezes a velocidade do som

As forças armadas da Rússia dispõem de um míssil hipersônico, o Kinzhal Kh-47M2, que pode atingir Londres em apenas nove minutos se for disparado de Belarus, um importante aliado de Moscou. A revelação foi feita por Vladimir Solovyov, um jornalista e comentarista político pró-Kremlin.

Solovyov se manifestou em um programa da televisão estatal, cujas imagens foram postadas com legendas em inglês no Twitter, sábado (5), pela jornalista Julia Davis, colunista do site norte-americano The Daily Beast.

“Todos ali (no Kremlin) estão histéricos hoje porque podemos atingir Londres em nove minutos desde Belarus. O míssil Killjoy (desmancha-prazeres, em tradução literal), também conhecido como Kinzhal, tem um alcance de mais de dois mil quilômetros e pode atingir mais de 12 vezes a velocidade do som. Nove minutos e ‘Alô, Londres'”, disse o analista a partir de um minuto e 17 segundos de vídeo. “‘Alô, Londres’, e ‘Adeus, Londres'”, brincou outro participante

As palavras de Solovyov surgem em meio ao aumento da tensão entre Moscou e o Ocidente, devido ao apoio que países como EUA, Reino Unido e Alemanha têm dado à Ucrânia. As armas ocidentais vêm sendo fundamentais para Kiev resistir à agressão russa e permitiram a retomada de milhares de quilômetros quadrados de território ucraniano antes controlado pelas tropas da Rússia.

Em setembro, o Reino Unido afirmou ter cedido 2,3 bilhões de libras (R$ 13,4 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia em 2022. “Treinamos 27 mil membros das Forças Armadas da Ucrânia desde 2015 e, no ano passado, fornecemos centenas de foguetes, cinco sistemas de defesa aérea, 120 veículos blindados e mais de 200 mil equipamentos militares não letais”, disse o governo britânico em comunicado.

Lançadores de mísseis das forças armadas da Rússia (Foto: reprodução/Facebook)

Liz Truss, primeira-ministra na ocasião, disse que a perspectiva era a de manter a ajuda no próximo ano. “As vitórias da Ucrânia nas últimas semanas foram inspiradoras. Repetidas vezes, essas pessoas corajosas desafiaram os céticos e mostraram o que podem fazer quando recebem o apoio militar, econômico e político de que precisam”.

Estrangeiros mortos

Embora o Reino Unido não tenha cedido tropas para reforçar as formações ucranianas na guerra, Moscou diz que há combatentes britânicos voluntários em ação no conflito. Inclusive, alega que alguns morreram em um ataques aéreo realizado no vilarejo de Krasny Liman, na região de Donetsk. A afirmação foi feita pelo tenente-general russo Igor Konashenkov à agência estatal Tass, sem precisar o dia em que ocorreu.

“Na área do assentamento de Krasny Liman, na República Popular de Donetsk, como resultado de um ataque de alta precisão das forças do espaço aéreo russo, até cem militantes de grupos nacionalistas e mercenários estrangeiros foram eliminados, incluindo cerca de 40 mercenários dos EUA, do Reino Unido e da Polônia, bem como até dez veículos blindados de combate”, disse ele.

Segundo o governo norte-americano, as mortes estão sendo investigadas, mas há dúvidas quanto à veracidade do fato. Um porta-voz do Departamento de Estado disse à revista Newsweek que a mídia estatal russa “dissemina repetidamente desinformação sobre cidadãos americanos mortos em ação”, falsamente classificando combatentes voluntários como “mercenários”.

Washington, entretanto, tem advertido seus cidadãos para que não se juntem às tropas ucranianas na guerra. Há relatos confirmados de ao menos seis combatentes voluntários dos EUA mortos na guerra em curso na Europa desde o dia 24 de fevereiro.

Tags: