A Rússia inaugurou no último sábado (11) dois monumentos que têm gerado reações diversas entre a população. São bustos de Felix Dzerzhinsky, primeiro chefe da polícia secreta soviética que antecedeu a KGB e idealizador da repressão imposta durante o governo Stalin. As informações são do jornal independente russo The Moscow Times.
Os bustos foram inaugurados nas cidades de Krasnodar, no sul da Rússia, e Simferopol, na Crimeia, em comemoração aos 144 anos de nascimento do belarusso Dzerzhinsky.
Oficiais das agências de segurança russas e alunos de academias militares compareceram ao evento Simferopol. Em Krasnodar, a cerimônia ocorreu em uma escola batizada com o nome do homenageado e teve a presença de agentes da FSB (Agência de Segurança Federal), sucessora da extinta KGB.

“A inauguração de hoje é um evento significativo para a família Dzerzhinsky e os veteranos das agências de segurança”, disse Vladimir Dzerzhinsky, bisneto do homenageado. “Gostaria de desejar que o legado do meu bisavô fosse estudado o máximo possível e aprendido através de suas obras”.
Um comunicado da FSB prestou homenagem a Dzerzhinsky por “não apenas ter combatido a contrarrevolução, mas também tirando o país da ruína e da pobreza. Graças à sua participação, 2 mil pontes foram restauradas, quase 3 mil locomotivas a vapor e mais de 10 mil quilômetros de trilhos foram reparados”.
O arcipreste Leonid Kalinin, presidente do conselho de arte, arquitetura e restauração da Igreja Ortodoxa Russa, disse que a estátua “ofende a memória de milhões de vítimas inocentes de terror, fome, frio, tormento, tortura, prisões, acampamentos e a ruína da Pátria”. Segundo ele, nenhuma imagem de Dzerzhinsky deveria ser exposta em espaços públicos no país.
Kalinin disse, inclusive, que é uma questão de tempo até que a população destrua o monumento.
Recentemente, a população de Moscou votou contra a devolução de uma estátua de Dzerzhinsky para a frente do prédio da FSB, onde antes funcionava a KGB.