Secretário de Defesa dos EUA prevê aprovação da Suécia na Otan em meados de julho

Em visita ao país escandinavo, Lloyd Austin conheceu as capacidades militares do postulante a Estado-Membro da aliança

Washington estima ter a Suécia como membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) antes da próxima cúpula da aliança em julho e, para isso, tentará fazer com que dois países que são os principais entraves ratifiquem a adesão. A declaração foi dada pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na quarta-feira (19) durante uma visita a Estocolmo. As informações são do portal Military Times.

A adesão à aliança militar requer a ratificação de todos os 30 Estados-membros. A candidatura da Suécia encontra oposição da Hungria e da Turquia após uma série de disputas diplomáticas.

“Esperamos continuar a defender a sua rápida admissão na Otan e vamos trabalhar arduamente para consegui-lo antes da cúpula”, disse Austin ao ministro da Defesa sueco, Pal Jonson. “Encorajamos nossos aliados, Turquia e Hungria, a ratificar a adesão da Suécia o mais rápido possível”, acrescentou a autoridade, que visitou o país escandinavo para tratar de assuntos referentes à guerra na Ucrânia.

Austin conheceu as capacidades marítimas das Forças Armadas suecas ao lado do ministro da Defesa sueco (Foto: defense.gov/Reprodução Twitter)

A agenda de Austin, que também incluiu uma visita à base naval subterrânea de Musko – que contém um estaleiro naval, oficinas, escritórios, armazéns e um hospital –, sinalizou o compromisso da Casa Branca com a segurança da Suécia “em uma base bilateral”. Já Estocolmo aproveitou sua visita para mostrar suas capacidades militares. E o representante do governo Biden aprovou o que viu.

“A adesão da Suécia à Otan significará uma aliança mais forte e uma Europa mais segura”, disse Austin. “Como vi em primeira mão nesta viagem, as forças armadas suecas são uma força de combate excepcionalmente capaz e altamente profissional. E as tropas e capacidades da Suécia irão melhorar as operações da Otan para impedir conflitos, inclusive na região do Mar Báltico”.

Pelo Twitter, Austin disse estar “ansioso para chamar a Suécia de aliada”.

A passagem de Austin pela Europa também coincide com o maior exercício militar da Suécia em mais de duas décadas, o Aurora 23, o qual 700 fuzileiros navais dos EUA estarão presentes, juntamente de tropas do Reino Unido, Finlândia, Polônia, Noruega, Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia, Dinamarca, Áustria, Alemanha e França.

No começo do mês, a Finlândia teve sua bandeira hasteada na sede da Otan, em Bruxelas, na Bélgica, e assim oficializou o aguardado ingresso na aliança militar transatlântica. O 31º membro entrega ao grupo encabeçado pelos EUA um exército moderno e treinado especialmente para conter a Rússia, com quem divide uma fronteira de 1,3 mil quilômetros. 

As pedras no caminho sueco

Desde maio do ano passado, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan vem se mostrando um obstáculo nas pretensões suecas de ingresso na Otan. Ele cobra do país uma postura mais clara sobre o que Ancara considera “terrorismo”, referindo-se à tolerância sueca com indivíduos acusados de serem militantes de milícias curdas.

Estocolmo cedeu parcialmente às exigências ao anunciar, em dezembro de 2022, a extradição de Mahmut Tat, acusado de ligação com o PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos), grupo considerado extremista inclusive pelos EUA e a União Europeia (UE). Porém, outras demandas turcas não foram atendidas.

Já a alegação da Hungria para até agora não ter aprovado a candidatura é a de que a Suécia “espalha mentiras” sobre a democracia húngara, no caso o governo do primeiro-ministro ultranacionalista Viktor Orbán, em seu quarto mandato como líder nacional.

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