Soldados russos estão morrendo nas próprias armadilhas, dizem blogueiros pró-Kremlin

Apoiadores de Putin dizem que os blocos de concreto usados para danificar blindados estão sendo posicionados em locais indevidos

Tanques russos têm atingido com certa frequência obstáculos chamados popularmente de “dentes de dragão”, que são enormes blocos de concreto usados para comprometer a mobilidade dos blindados ou mesmo para danificá-los. Há registros inclusive de soldados que morreram em incidentes com o artefato. O problema é que, segundo blogueiros pró-Kremlin, as tropas da Rússia caem em armadilhas que elas próprias prepararam para prejudicar as forças da Ucrânia.

“Fontes russas reclamaram da má organização das defesas antitanque russas no Oblast de Kursk, alegando que a colocação de bloqueios de estradas ‘dentes de dragão’ levou a danos acidentais a civis e mortes de militares”, aponta relatório do think tank Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês).

Tanques russos na estação ferroviária de Palonka, Belarus (Foto: Twitter/Reprodução)

O relatório cita o caso de um socorrista que colidiu com um dente de dragão quando conduzia um veículo de evacuação em Kursk, região russa que desde agosto está sob invasão ucraniana. De acordo com os blogueiros que relatam episódios semelhantes, “dezenas” de militares e civis russos morreram sob tais circunstâncias.

A explicação dos seguidores do presidente Vladimir Putin para esse tipo de ocorrência é a de que existem falhas de comunicação severas entre os comandantes russos no campo de batalhas, as forças de segurança locais e as tropas de engenharia durante o processo de construção de fortificações para conter o avanço ucraniano.

Contrariando a alegação dos blogueiros, fontes citadas pela revista Newsweek atribuem a colocação dos dentes de dragão a “sabotadores” que têm como objetivo justamente causar danos às tropas russas.

Os artefatos seriam posicionados sobretudo em rotas de evacuação habituais, e mesmo que não venham a causar danos forçam uma brusca redução de velocidade em veículos que habitualmente circulam a 150 quilômetros por hora para evitar ataques de drones ucranianos.

“Mais de 40 pessoas morreram em apenas um dia, e o número total é de 300”, afirmou um blogueiro através de sua conta no Telegram. “Há mais acidentes em uma hora do que um drone causa em uma semana”, acrescentou ele.

“Dentes de dragão” à parte, a mais recente estatística do governo ucraniano indica que a Rússia perdeu, desde o início da guerra, mais de nove mil tanques e 18 mil veículos blindados. Os números, entretanto, carecem de verificação independente.

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