Tribunal espanhol decide que palácio de ditador Franco deve ser devolvido

Pazo de Meirás foi entregue a Franco enquanto chefe de Estado, e não a título pessoal; documentos apontam fraude

Um tribunal espanhol decidiu, nessa quarta (2), que a família do ditador Francisco Franco, que governou o país entre 1939 e 1975, deverá devolver o palácio de verão ao governo da Espanha.

Conforme a decisão, a propriedade do Pazo de Meirás foi entregue a Franco enquanto chefe de Estado, e não a título pessoal, informou a BBC.

“A mansão foi entregue ao ‘Generalíssimo’ general dos Exércitos e chefe de Estado, e não a Francisco Franco diretamente”, decidiu a juíza Marta Canales, responsável pelo caso.

A magistrada se baseou em documentos históricos, onde não há qualquer indício de passagem direta da propriedade ao ditador falecido.

Tribunal espanhol decide que palácio de ditador Franco deve ser devolvido
Fachada principal do Pazo de Meirás, em Corunha, na Galícia, Espanha (Foto: WikiCommons/Loischantada)

No processo, o governo espanhol afirmou que a transferência para a esposa de Franco, em 1941, também foi uma fraude. A família, no entanto, apresentou documentos que provam o pagamento pela reforma da propriedade. Cabe recurso à decisão.

Em 2018, os herdeiros de Franco colocaram o palácio a venda por 8 milhões de euros (R$ 50,4 milhões). O movimento gerou protestos da população de La Coruña, cidade onde o palácio está localizado, na Galícia.

O Pazo de Meirás foi construído entre 1893 e 1907 pela família da escritora espanhola Emilia Pardo Bazán.

Enquanto general, Franco integrou o golpe de Estado que deu início à Guerra Civil Espanhola, em 1936. Permaneceu no poder até sua morte, em 1975.

No ano passado, os herdeiros do ex-ditador perderam outra batalha judicial contra o governo espanhol, Neste caso, estava em jogo o direito de manter os restos mortais do ditador no monumento nacional do Vale dos Caídos, próximo à capital Madri.

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