O militar russo Maksim Kuzminov recebeu uma promessa de recompensa do governo da Ucrânia de US$ 500 mil (R$ 2,49 milhões) por ter desertado. O que explica a quantia em dinheiro prometida ao piloto das forças armadas de Moscou é o fato de ele ter entregado a Kiev o helicóptero modelo Mi-8 que usou para fugir, segundo informa o jornal The Kyiv Independent.
A recompensa oferecida ao piloto está prevista em uma lei aprovada pelo parlamento ucraniano que promete até US$ 1 milhão a militares russos que eventualmente troquem de lado e levem junto deles equipamento militar. A recompensa aumenta conforme a relevância da tecnologia repassada às forças ucranianas.
O caso de Kuzminov foi exibido pela primeira vez em um documentário da televisão da Ucrânia intitulado “Pilotos Russos Abatidos” (em tradução literal), que foi ao ar no domingo passado (3). A deserção foi cuidadosamente planejada pelo militar e o governo ucraniano durante seis meses. A família dele também deixou a Rússia e recebeu abrigo na Ucrânia.
Além do helicóptero intacto, o documentário afirma que o piloto forneceu a Kiev “evidências valiosas sobre a aviação militar, os sistemas de comunicação e a rede de campos de aviação da Rússia.”
Após a história ter sido divulgada na televisão, Andrii Yusov, porta-voz da Inteligência Militar da Ucrânia, confirmou a deserção e a promessa de recompensa. “Quando a Ucrânia apela oficialmente aos russos para passarem para o nosso lado juntamente com o equipamento, não é propaganda. Não é mentira. É a verdade”, disse ele em conferência de imprensa na terça-feira (5).
O militar diz que procurou Kiev para informar sobre o desejo de mudar de lado, argumentando que “não queria contribuir” com os crimes de guerra cometidos pelas forças de Moscou. Recebeu, então, a promessa de recompensa caso entregasse o helicóptero, bem como a garantia de que ele e os familiares teriam direito à cidadania ucraniana.
“Se você fizer o que eu fiz, esse tipo de coisa, você não vai se arrepender. Você terá absolutamente tudo para o resto da sua vida”, disse Kuzminov, incentivando outros membros das forças armadas da Rússia a fazerem o mesmo.