Desde o dia 24 de fevereiro, quando começou o conflito na Ucrânia, devido à invasão do país pelas tropas da Rússia, cerca de 1,5 milhão de crianças fugiram do território ucraniano, de acordo com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
O porta-voz da agência, James Elder, disse nesta terça-feira (15) que, a cada minuto, 55 menores de idade deixam o país, o que dá uma média de praticamente uma criança refugiada por segundo. Segundo ele, uma crise de refugiados desse porte não se via desde a Segunda Guerra Mundial, e o problema não mostra sinais de diminuição.
Ainda de acordo com Elder, as crianças ucranianas que chegam a países vizinhos “têm risco significativo de se perderem das famílias” ou de serem vítimas de “violência, exploração sexual e tráfico humano”.
Verde, amarelo, vermelho e preto
O porta-voz do Unicef passou as duas últimas semanas em Lviv, no oeste da Ucrânia, onde teve a oportunidade de conversar com famílias e crianças que fugiram para salvar suas vidas.
Muitos pediatras contaram que recebem um grande número de crianças da capital Kiev, por isso têm que estabelecer prioridades: crianças com adesivo verde podem receber cuidados mais tarde; adesivo amarelo indica assistência médica imediata; vermelho é a cor para crianças em estado crítico; já a etiqueta preta cabe àquelas que infelizmente não podem ser salvas.
O Unicef continua com equipes na Ucrânia, e no último fim de semana outro comboio chegou ao país. São 22 caminhões carregados com 168 toneladas de suprimentos, incluindo kits para partos e cirurgias, material obstétrico, oxigênio, cobertores, roupas de inverno, água, material de higiene e kits de educação infantil.
As equipes de proteção para as crianças estão sendo ampliadas de nove para 47, que ajudarão com o apoio psicossocial. Mas James Elder é claro: “Apesar dos esforços incansáveis desde avós voluntárias até entidades governamentais, passando por agências da ONU, enquanto a guerra continuar, a situação para as crianças da Ucrânia irá apenas piorar.”
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News