O ingresso do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) pode ficar mais difícil depois das acusações do ex-ministro Sérgio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentava interferir na Polícia Federal.
O alerta foi feito por Drago Kos, representante do grupo de trabalho sobre propina na entidade. As informações, desta quarta (6), são da Bloomberg.
Kos pediu ao Brasil que investigue de forma independente as acusações do ex-ministro. Moro deixou o posto no último dia 24, protestando contra o que classificou como tentativa de ingerência na PF.
O especialista da OCDE avisou que sua comissão é uma das mais rigorosas para aprovar novos membros.
“Espero que o Brasil use [a solicitação] como uma oportunidade”, afirmou. “Temos de ter absoluta certeza de que o Brasil não vai voltar para trás.”
O esloveno Kos tem no currículo passagens por comitês anticorrupção no Conselho Europeu, na Ucrânia e no Kosovo.
O acesso ao chamado “clube dos países ricos” depende da adesão a práticas de transparência e governança pelos membros.
A OCDE é composta por 37 nações. O mais novo membro é a Colômbia, cuja adesão foi confirmada na última semana.
De acordo com a Bloomberg, o Ministério das Relações Exteriores não quis se manifestar. A Presidência não respondeu aos pedidos de entrevista.