Clima não entra na estratégia de mais da metade dos bancos latinos, diz estudo

Mesmo com ausência de práticas, 70% das instituições se preocupam com os impactos climáticos no setor silvo-agropecuário

A grande maioria dos bancos da América Latina não considera eventos relaconados ao clima, como inundações e secas, em suas estratégias. A conclusão é de estudo da Unep-FI (Iniciativa Financeira do Programa da ONU para o Meio Ambiente) do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina).

De acordo com o relatório, divulgado na última quinta (6), apenas 38% incorporam estratégias pautadas nas mudanças climáticas. Já 24% tem uma política de avaliação e divulgação de riscos do clima.

A falta de mecanismos que gerenciem esses riscos se dá, em grande medida, pela desinformação sobre os impactos financeiros resultantes.

“Os bancos tendem a perceber os riscos climáticos na perspectiva de como as empresas impactam o meio ambiente, e não em como as empresas estão expostas às ameaças climáticas”, conclui a pesquisa.

Homem trabalha em fazenda de cacau na Colômbia, em imagem de 2016 (Foto: Dominic Chavez/World Bank)

Cerca de 70% dos bancos indicam preocupação com o setor silvo-agropecuário, que contempla florestas, agricultura e pecuária, considerado o mais exposto aos riscos climáticos. Para 44%, a geração de energia também deve ser observada com atenção.

As instituições finaneiras latinas e caribenhas avançaram nos últimos dez anos em políticas de sustentabilidade, mas ainda há muito pela frente.

A pesquisa ajudará os bancos a gerir seus riscos climáticos em suas carteiras de financiamento, avaliou Julián Suarez Migliozzi, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do CAF.

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