Governo da Bolívia autoriza estudo com sementes transgênicas

Sementes transgênicas de milho, cana, algodão, trigo e soja serão liberadas; governo Morales era contra a medida

O governo da Bolívia autorizou no último sábado (9) o Comitê Nacional de Biossegurança a realizar estudos com sementes transgênicas de milho, cana de açúcar, algodão, trigo e soja. As informações são do El Deber.

A produção a partir de sementes geneticamente modificadas, os GMO, será destinada ao consumo interno e à exportação. O decreto abre caminho para que a Bolívia use sementes transgênicas e que, após avaliações em campo, novas sementes sejam escolhidas.

Ouvido pela reportagem, o presidente da Anapo (Associação de Produtores de Oleaginosas e Trigo), Marcelo Pantoja, comemorou a decisão e afirmou que o país demorou para determinar a regra.

De acordo com Pantoja, o uso das sementes transgênicas permitirá o trabalho em um ambiente global, gerando mais empregos, aumentando a produtividade e permitindo excedentes para exportação.

O governo do ex-presidente Evo Morales se opunha ao uso das sementes modificadas no país.

Governo da Bolívia autoriza estudo com sementes transgênicas
Plantação de milho na colônia Okinawa, em Santa Cruz, na Bolivia (Foto: CIAT/Flickr)

Avaliação

A norma estabelece que devem ser levadas em consideração medidas adotadas em países vizinhos, referente aos produtos agrícolas e alimentícios produzidos por meio de técnicas de engenharia genética.

Os métodos passarão por avaliação dos ministérios do Meio Ambiente e Água e do Desenvolvimento Rural e Solo. Além disso, as empresas ‘reprodutoras’ das sementes devem realizar um teste simplificado para analisar quais as melhores sementes para o clima e para o solo boliviano.

De acordo com Pantoja, esse será um procedimento de médio prazo. Isso porque serão realizadas duas safras das sementes antes de escolher as variedades escolhidas para a Bolívia. Clima, solo e outros critérios serão levados em conta nessa seleção.

Os pequenos produtores pedem ajuda financeira, pois afirmam que os resultados dos testes são esperados apenas para as safras de 2021 ou 2022.

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