Moçambique sugere ‘mudança profunda’ em instituições como Conselho de Segurança

Presidente Filipe Jacinto Nyusi defende mobilização urgente de recursos para acelerar progressos na implementação das metas globais

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Moçambique pede profundidade na reforma das Nações Unidas, em particular do Conselho de Segurança. Neste ano, o país deixa de ser membro não-permanente do órgão de 15 integrantes.

O presidente Felipe Jacinto Nyusi defende uma melhora de instituições globais que seria relevante para a África e para o continente.

Impulsionar a arquitetura financeira

O chefe de Estado moçambicano citou desafios, incluindo o imperativo de impulsionar uma nova arquitetura financeira internacional. Para ele, a medida poderá ajudar a responder de forma adequada aos desafios de pobreza e desenvolvimento.

“São também desafios complexos que carecem de uma cooperação multilateral acutilante o terrorismo e o extremismo violento, as doenças endêmicas e pandêmicas, as mudanças climáticas que induzem desastres naturais, entre outras. É também desafio que requer o envolvimento multilateral a própria implementação da Agenda 2030 sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.

Ainda em outro evento da Cúpula do Futuro, Moçambique ressaltou que a seis anos do prazo de cumprimento da Agenda 2030 o quadro é “desolador”, quando a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, se situa em 17%.

Nas Nações Unidas, o presidente Felipe Jacinto Nyusi pediu ação urgente e concertada para a mobilização de recursos necessários que permitam o país acelerar os progressos na implementação das metas globais.

Progressos na implementação desta agenda global

O líder moçambicano lembrou que até 2020 houve progressos significativos, que incluem acesso à água segura, expansão do acesso à energia elétrica e melhoria do acesso ao sistema de justiça.

Segundo ele, os ganhos do país incluem a promoção do acesso e a retenção das meninas na escola, particularmente nas zonas rurais.

Já em relação a temas de impacto global, contam-se novas ações para a sustentabilidade dos oceanos promovendo a economia azul e medidas para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas

Problemas de segurança em Cabo Delgado

O chefe de Estado moçambicano considera “devastador” o impacto da Covid-19 por ter afetado o avanço no progresso dos ODS no país. A resposta à pandemia foi possível com o apoio dos parceiros internacionais.

Filipe Jacinto Nyusi, na Assembleia Geral da ONU (Foto: snl.no/Creative Commons)

Atualmente, os desafios das autoridades moçambicanas incluem a exposição a riscos associados ao clima, ciclones cíclicos, secas, inundações e epidemias que causam, em média, perdas de 1,1% do PIB por ano.

No norte, o país registra problemas de segurança, especificamente na província de Cabo Delgado “devido ao terrorismo, causando perdas de vidas humanas e destruição de infraestruturas econômicas e sociais.”

Na resposta à série de desafios, Nyusi listou medidas de estímulo à economia e melhora do ambiente de negócios, transparência, governação e aceleração de projetos de infraestruturas estratégicas. Essas ações têm ajudado o país a se recuperar dos choques internos e externos e se traduziram na taxa de crescimento do PIB real de 5%.

Nyusi destacou ainda que para acelerar as metas globais é importante que haja condições de acesso ao financiamento para o desenvolvimento, para que sejam   alcançados avanços e o sucesso dos ODS. 

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