ONU: Mundo atinge meta de áreas protegidas, mas qualidade em conservação deve melhorar

Agora, cerca de 17% de ecossistemas terrestres e 7,7%, de águas costeiras integram as áreas protegidas do mundo

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONUNews, da Organização das Nações Unidas

A comunidade internacional alcançou sua meta global de cobertura de áreas protegidas e conservadas, mas ficou aquém de seus compromissos com a qualidade desses territórios. 

A conclusão está no relatório publicado nesta quarta (19) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e UICN (União Internacional para Conservação da Natureza) com apoio da Sociedade National Geographic. 

A pesquisa é a última avaliação da Meta 11 de Aichi – meta global de dez anos que visa trazer benefícios para a biodiversidade até 2020. O objetivo era proteger pelo menos 17% das águas terrestres e interiores e 10% do meio marinho. 

ONU: Mundo atinge meta de áreas protegidas, mas qualidade em conservação deve melhorar
Recife de corais nas Filipinas, data não especificada (Foto: Coral Reef Image Bank/Yen-Yi Lee)

Hoje, 22,5 milhões de km2, cerca de 16,64%, de ecossistemas terrestres e de água interior e 28,1 milhões de km2, 7,74%, de águas costeiras e do oceano estão dentro de áreas protegidas e conservadas, um aumento de mais de 42% desde 2010. 

Segundo a pesquisa, a cobertura terrestre excederá, consideravelmente, a marca de 17% quando os dados para todas as áreas forem disponibilizados. As novas metas devem ser acordadas na Conferência de Biodiversidade da ONU, que acontece em Kunming, na China, em outubro. 

Conclusões

Segundo o relatório, o desafio será melhorar a qualidade para alcançar mudanças positivas para as pessoas e a natureza, à medida que a biodiversidade continua diminuindo, mesmo dentro de muitas áreas protegidas.  

Em comunicado, o diretor do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Pnuma, Neville Ash, destacou o progresso, mas alertou para a insuficiência em designar e contabilizar mais áreas protegidas e conservadas.

“Essas regiões precisam contar com a administração eficaz e equitativa se quiserem produzir muitos benefícios em escala local e global e garantir um futuro melhor para as pessoas e o planeta”, disse. Para isso, é essencial incluir locais importantes para a biodiversidade.

No entanto, um terço das principais áreas de biodiversidade ainda não estão protegidos. Estas zonas também precisam estar melhor conectadas umas às outras, para permitir que as espécies se movam e os processos ecológicos funcionem.

Apesar de melhorias recentes, menos de 8% da terra está protegida e ligada, muito abaixo dos quase 17% que estão conservados. O relatório também pede o reconhecimento das áreas existentes, destacando esforços de povos indígenas, comunidades locais e organizações privadas, que permanecem subestimados.

ONU: Mundo atinge meta de áreas protegidas, mas qualidade em conservação deve melhorar
Floresta amazônica no rio Urubu, próximo ao município de Silves, no estado brasileiro do Amazonas, em dezembro de 2008 (Foto: WikiCommons/Andre Deak)

Benefícios  

O Pnuma defende ainda uma melhor distribuição de tarefas. O objetivo é que os custos da conservação não sejam arcados pela população local enquanto os benefícios são usufruídos por terceiros.  

Os novos objetivos compreendem a cobertura da área protegida de 30% da terra, água doce e oceano até 2030, disse o diretor geral da Uicn, Bruno Oberle. Ele disse ainda que que essas áreas devem “administradas de forma eficaz e governadas de forma equitativa.” 

Segundo o Pnuma, as áreas protegidas e conservadas podem ajudar a prevenir a degradação dos ecossistemas e consolidar o progresso na Década das Nações Unidas para a Restauração do Ecossistema. O lançamento oficial será em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.  

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