Os Estados Unidos e o Reino Unido entraram em conflito com a China e a Rússia por causa da nova lei de segurança nacional para Hong Kong, durante uma reunião fechada da ONU na última sexta (29). As informações são do jornal norte-americano The Washington Post.
A questão de Hong Kong é mais um capítulo das já conturbadas relações entre EUA e China, cujas divergências têm se acentuado desde 2018.
O embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, acusou os EUA e o Reino Unido de interferência em assuntos internos do país e de fazer acusações “infundadas” de risco de restrições às liberdades garantidas com a entrega da ex-colônia britânica de volta à China, em 1997.
Jun teria chamado os EUA de “causadores de problemas” e pedido que os membros do conselho não considerassem a China como inimiga. O embaixador questionou ainda o que os norte-americanos fariam se a China discutisse a situação em Minneapolis, onde um homem negro desarmado foi morto por um policial branco.
Kelly Craft, embaixadora norte-americana, teria dito que os EUA são uma “democracia, onde as pessoas podem protestar“.

Assunto vetado
A China teria bloqueado a realização de uma reunião aberta sobre Hong Kong por EUA e Reino Unido. Por isso, os dois países teriam levantado a questão durante a reunião onde os 15 membros do conselho podem abordar outros assuntos a portas fechadas.
De acordo com a Missão da China da ONU, os outros membros do conselho teriam afirmado não querer tratar do assunto no encontro. O vice-embaixador russo na ONU, Dmitry Polyansky, afirmou que o movimento teria sido “embaraçoso” e gerado oposição da maioria.
Após a reunião, a discussão foi parar nas redes sociais. Em sua conta no Twitter, a Missão da China na ONU questionou o que merecia mais atenção: se o fracasso dos EUA em honrar seus compromissos, em abordar questões raciais, em proteger migrantes ou em proteger seu povo contra a violência por arma de fogo.
Attempt of US & UK to discuss the Hong Kong issue in the UNSC FAILED
➡️NO agreement, facing strong
opposition from members
➡️NO open VTC held
➡️NO formal discussions by members
➡️NO outcome at all— Chinese Mission to UN (@Chinamission2un) May 29, 2020
Craft, representando os EUA, também pediu que membros do conselho da ONU confrontassem as “promessas vazias” da China para o povo de Hong Kong e do Reino Unido.
“As recentes ações de Beijing ameaçam a autonomia de Hong Kong e implicam na paz e segurança internacionais”, declarou. “Beijing demonstrou que despreza a transparência e o estado de direito. Cumpre suas obrigações quando conveniente ao Partido Comunista chinês.”
During today’s @UN Security Council discussion of Hong Kong, I urged members to confront China’s empty promise to the people of Hong Kong and the UK. Beijing’s recent actions threaten Hong Kong’s high degree of autonomy and implicate international peace & security. pic.twitter.com/Yupp7PgDlF
— Ambassador Kelly Craft (@USAmbUN) May 29, 2020