Violência nas redes sociais deve ser arquivada para processos futuros, diz ONG

Conteúdos de ódio são excluídos de redes sociais; ONG sugere arquivamento para uso em processos

Conteúdos de ódio ou com forte violência não devem ser excluídos de forma permanente das redes sociais, mas sim arquivados para posterior investigação, defende a organização HRW (Human Rights Watch), m relatório publicado na quinta-feira (10).

No material, a entidade denuncia que as plataformas não mantêm o conteúdo após a exclusão. A prática alimenta a impunidade dos propagadores de violência nas redes.

“Alguns dos conteúdos que o Facebook, YouTube e outras plataformas retiram do ar têm um valor crucial como evidência de atrocidades contra os direitos humanos“, disse Belkis Wille, pesquisador de crises e conflitos da Human Rights Watch.

Violência nas redes sociais deve ser arquivada em vez de apagada, defende ONG
Plataformas como Facebook, Twitter e Youtube se utilizam de algoritmos para excluir postagens ofensivas ou violentas, mas medidas reforçam impunidade de propagadores. Foto de dezembro de 2018 (Foto: Creative Commons/Stok Catalog)

“Promotores, pesquisadores e jornalistas contam cada vez mais com fotos e vídeos postados nas redes sociais. Por isso, as plataformas deveriam fazer mais para garantir que possam ter acesso a possíveis evidências de crimes graves”, completou Wille.

De acordo com a HRW, grupos de direitos humanos pedem às empresas que melhorem a transparência e responsabilidade a respeito da remoção arbitrária de remoção de conteúdo desde 2017.

Violência offline

A HRW afirma que apenas 11% dos cerca de 5,4 mil conteúdos violentos publicados nas redes desde 2015 foram removidos pelo Facebook, Twitter e YouTube. As plataformas não atenderam ao pedido de recuperação do material para arquivamento.

A revisão do material tenha aumentou nos últimos anos, já que as empresas passaram a destinar algoritmos para a revisão dos conteúdos – o que torna o processo muito mais rápido.

Não há, no entanto, nenhum mecanismo para preservar ou arquivar as remoções de conteúdo violento ou impróprio.

Na maioria dos países, as mídias sociais devem entregar as publicações através de ordens judiciais. Os investigadores internacionais, no entanto, têm capacidade limitada para acessar o material.

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